Há 6 horas
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Armando Vara constituido arguido
Armando Vara foi constituido arguido após provas na operação Face oculta da PJ. Gostaria de acreditar que desta vez este senhor vai parar onde já devia estar há muito tempo: a cadeia. Infelizmente, como a maioria dos portugueses já deixei de acreditar na honestidade e decência da nossa Justiça. Estou para ver onde vai dar a meada quando começarem a puxar o fiozinho, se houver alguém para o puxar, o que me deixa outra dúvida.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Carlos Drummond de Andrade
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional." Carlos Drummond de Andrade
Citação - A.Barreto
Os políticos falam verdade e mentem indiferentemente. Realizam o prometido ou não, sem qualquer dúvida ou remorso. Defendem, sucessiva e metodicamente, o interesse geral, o partidário e o pessoal, sem nunca deixar de garantir que se trata do interesse nacional. Procuram sobretudo os votos e tentam conquistar, manter e renovar o poder, afirmando sempre que o essencial é o bem-estar da população. Acusam os adversários, ora no poder, ora na oposição, de tudo quanto fazem eles próprios, exibindo sempre a pureza original dos servidores do público.
António Barreto - Sociólogo
António Barreto - Sociólogo
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Liberdade de Imprensa em Portugal
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Hino à ignorância
A propósito de "Caim" Constança Cunha e Sá escreve aqui. E eu acrescento: o sr Saramago, que de escritor tem muito pouco - os escritores conhecem bem a gramática da língua em que escrevem - do alto da sua senilidade galopante , num golpe de vendedor de banha da cobra vem mais uma vez evidenciar a sua habilidade para o negócio e ignorância sobre o que fala. Ao contrário do que pensa o mundo não gira à volta do seu umbigo. Já é altura do sr se retirar para a sua casinha em Espanha e deixar-se lá estar quietinho à espera que a senhora da foice o leve! (Se é que não o levou já e "ele" não sabe). Não era necessária tanta "bacorada" para vender o livro(?) e escusava de mostrar tanta ignorância e desrespeito pelas pessoas que têm fé e ainda acreditam em alguma coisa que não os bens materiais. Temos uma Maitê de calças. Nem compreendo o porquê de tanta polémica...
O NOBEL ESCARRO
Segundo o sr. Saramago, a Bíblia é um manual de maus costumes. Sempre do lado da Besta. Mas, como em muitas circunstâncias, deve aplicar-se o princípio da caridade e fazer de conta que ele ainda é vivo.
Publicada por João Gonçalves in "Portugal dos Pequeninos"
Publicada por João Gonçalves in "Portugal dos Pequeninos"
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
A loucura dos bónus
A "cultura dos bónus" está de volta às capitais financeiras do mundo, Wall Street e a City londrina, com os sectores bancários e financeiros a preparar a entrega de milhares de milhões em bónus e incentivos aos ramos de banca de investimento."Os prémios tiveram um papel importante na crise e, no entanto, nada mudou." O desabafo é de J. Robert Brown, professor da Universidade de Denver especialista em corporate governance. E os números talvez não sejam para menos. Segundo o "The Wall Street Journal", as 23 maiores empresas financeiras dos EUA preparam-se para gastar este ano 140 mil milhões de dólares - 95 mil milhões de euros - em bónus e incentivos aos seus colaboradores. Um valor quase suficiente para limpar 80% da dívida pública portuguesa, que deverá atingir 121,6 mil milhões no final de 2009.Ontem foi conhecido que também o Royal Bank of Scotland, que na sequência da crise financeira entregou o controlo de 70% do capital aos contribuintes britânicos, planeia pagar até cinco milhões de libras a cada um dos seus 20 quadros de topo no ramo da banca de investimento, cabendo aos outros empregados deste ramo em média cerca de 240 mil libras. Estes valores superam o que foi pago pelo RBS em 2007 - o pico antes do caos - e são 66% superiores ao que foi atribuído em 2008. A notícia chegou um ano depois do RBS ter recebido 22 mil milhões de euros dos contribuintes para fugir à falência e, para o "Times", mostram que "cultura dos bónus" está de volta à City. Mas essa não é a única cultura que está de regresso. Os bancos que sobreviveram à hecatombe estão agora a apostar forte no mercado da dívida e do câmbio, aproveitando a falta de concorrentes para garantir fortes ganhos. "Os lucros dos bancos nos EUA vêm sobretudo do trading e não estão a reflectir-se num crescimento do crédito concedido à economia real", criticou o economista Jacques Attali, numa conferência em Lisboa, sexta-feira. Este regresso ao passado é também evidente em Wall Street - JP Morgan prepara a entrega de 18 mil milhões de dólares, a Goldman Sachs mais 20 mil milhões - e tem vindo a criar um dilema. Se por um lado as instituições argumentam que não se podem dar ao luxo de pagar menos, por outro a opinião pública e política promete crucificar o sector caso se confirmem os bónus. Basta ver a tábua rasa que tais bónus implicam nas recomendações recentes de contenção salarial à banca feitas pelo G20. A complexidade do problema está exposta, porém, num caso: a General Motors. Com um tecto salarial definido pelo Governo - que não pode superar o milhão de dólares anual - a fabricante não está a conseguir contratar um administrador-financeiro para o grupo.
Filipe Paiva Cardoso, Jornal i
Filipe Paiva Cardoso, Jornal i
Pois claro... Foi exactamente com essa finalidade que os bancos e empresas foram injectados com o dinheiro dos nossos impostos. Os impostos que são pagos pelo cidadão comum para encher os bolsos a estes parasitas. Viva a folia !!!
Minha vida é a maior empresa do mundo...
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não me esqueço, de a que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
Fernando Pessoa (Lisboa, 13/11/1888 - Lisboa, 30/11/1935)
mas não me esqueço, de a que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
Fernando Pessoa (Lisboa, 13/11/1888 - Lisboa, 30/11/1935)
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
MAIS DO MESMO
O povo português acaba de demonstrar a sua fatal propensão para viver num mundo às avessas. Não há nada a fazer senão respeitá-la. Mas nenhum respeito do quadro legal, institucional e político me impede de considerar absolutamente vergonhosa e delirante a opção que o eleitorado acaba de tomar e ainda menos me impede de falar dos resultados com o mais total desprezo.
Só o mais profundo analfabetismo político, de braço dado com a mais torpe cobardia, explica esta vitória do Partido Socialista.
Não se diga que tomo assim uma atitude de mau perdedor, ou que há falta de fair play da minha parte. É timbre das boas maneiras felicitar o vencedor, mas aqui eu encontro-me perante um conflito de deveres: esse, das felicitações na hora do acontecimento, que é um dever de cortesia, e o de dizer o que penso numa situação como aquela que atravessamos, que é um dever de cidadania.
Opto pelo segundo. Por isso, quando profiro estas e outras afirmações, faço-o obedecendo ao imperativo cívico e político de denunciar também neste momento uma situação de catástrofe agravada que vai continuar a fazer-nos resvalar para um abismo irrecuperável.
Entendo que o Governo que sair destes resultados não pode ter tréguas e tenciono combatê-lo em tudo quanto puder. Sabe-se de antemão que o próximo Governo não vai prestar para nada!
É de prever que, dentro de pouco tempo, sejamos arrastados para uma situação de miséria nacional irreversível, repito, de miséria nacional irreversível, e por isso deve ser desde já responsabilizado um eleitorado que, de qualquer maneira, há-de levar a sua impudência e a sua amorfia ao ponto de recomeçar com a mais séria conflitualidade social dentro de muito pouco tempo em relação a esta mesma gente inepta a quem deu a maioria.
O voto nas legislativas revelou-se acomodatício e complacente com o status quo. Talvez por se tratar, na sua grande maioria, de um voto de dependentes directos ou indirectos do Estado, da expressão de criaturas invertebradas que não querem nenhuma espécie de mudança da vidinha que levam e que se estão marimbando para o futuro e para as hipotecas que as hostes socialistas têm vindo a agendar ao longo do tempo. O que essa malta quer é o rendimento mínimo, o subsídio por tudo e por nada, a lei do menor esforço.
Mas as empresas continuarão a falir, os desempregados continuarão a aumentar, os jovens continuarão sem ter um rumo profissional para a sua vida. Pelos vistos a maioria não só gosta disso, como embarcou nas manipulações grosseiras, nas publicidades enganosas, nas aldrabices mediáticas, na venda das ilusões mais fraudulentamente vazias de conteúdo.
A vitória foi dada à força política que governou pior, ao elenco de responsáveis que mais incompetentemente contribuiu para o agravamento da crise e para o esboroar da sustentabilidade, ao clube de luminárias pacóvias que não soube prevenir o desemprego, nem resolver os problemas do trabalho, nem os da educação, nem os da justiça, nem os da segurança, nem os do mundo rural, nem nenhuma das demais questões relevantes e relativas a todos os aspectos políticos, sociais, culturais, económicos e cívicos de que se faz a vida de um país.
Este prémio dado à incompetência mais clamorosa vai ter consequências desastrosas. A vida dos portugueses é, e vai continuar a ser, uma verdadeira trampa, mas eles acabam de mostrar que preferem chafurdar na porcaria a encontrar soluções verdadeiras, competentes, dignas e limpas. A democracia é assim. Terão o que merecem e é muitíssimo bem feito.
O País acaba de mostrar que prefere a arrogância e a banha de cobra. Pois besunte-se com elas que há-de ter um lindo enterro.
A partir de agora, só haverá mais do mesmo. Com os socialistas no Governo, Portugal não sairá da cepa torta nos próximos anos, ir-se-á afundando cada vez mais no pântano dos falhanços, das negociatas e dos conluios, e dentro de pouco tempo nem sequer será digno de ser independente.
Sejam muito felizes.
Vasco Graça Moura - 30/09/2009
Um pouco tarde, mas sempre a tempo, este comentário de VGMoura. Alguém já disse algures: «Cada povo tem o governo que merece». Nunca foi tão verdade. Pena é que eu também faço parte desse povo, mesmo não me identificando minimamente com ele.(O negrito é meu)
Só o mais profundo analfabetismo político, de braço dado com a mais torpe cobardia, explica esta vitória do Partido Socialista.
Não se diga que tomo assim uma atitude de mau perdedor, ou que há falta de fair play da minha parte. É timbre das boas maneiras felicitar o vencedor, mas aqui eu encontro-me perante um conflito de deveres: esse, das felicitações na hora do acontecimento, que é um dever de cortesia, e o de dizer o que penso numa situação como aquela que atravessamos, que é um dever de cidadania.
Opto pelo segundo. Por isso, quando profiro estas e outras afirmações, faço-o obedecendo ao imperativo cívico e político de denunciar também neste momento uma situação de catástrofe agravada que vai continuar a fazer-nos resvalar para um abismo irrecuperável.
Entendo que o Governo que sair destes resultados não pode ter tréguas e tenciono combatê-lo em tudo quanto puder. Sabe-se de antemão que o próximo Governo não vai prestar para nada!
É de prever que, dentro de pouco tempo, sejamos arrastados para uma situação de miséria nacional irreversível, repito, de miséria nacional irreversível, e por isso deve ser desde já responsabilizado um eleitorado que, de qualquer maneira, há-de levar a sua impudência e a sua amorfia ao ponto de recomeçar com a mais séria conflitualidade social dentro de muito pouco tempo em relação a esta mesma gente inepta a quem deu a maioria.
O voto nas legislativas revelou-se acomodatício e complacente com o status quo. Talvez por se tratar, na sua grande maioria, de um voto de dependentes directos ou indirectos do Estado, da expressão de criaturas invertebradas que não querem nenhuma espécie de mudança da vidinha que levam e que se estão marimbando para o futuro e para as hipotecas que as hostes socialistas têm vindo a agendar ao longo do tempo. O que essa malta quer é o rendimento mínimo, o subsídio por tudo e por nada, a lei do menor esforço.
Mas as empresas continuarão a falir, os desempregados continuarão a aumentar, os jovens continuarão sem ter um rumo profissional para a sua vida. Pelos vistos a maioria não só gosta disso, como embarcou nas manipulações grosseiras, nas publicidades enganosas, nas aldrabices mediáticas, na venda das ilusões mais fraudulentamente vazias de conteúdo.
A vitória foi dada à força política que governou pior, ao elenco de responsáveis que mais incompetentemente contribuiu para o agravamento da crise e para o esboroar da sustentabilidade, ao clube de luminárias pacóvias que não soube prevenir o desemprego, nem resolver os problemas do trabalho, nem os da educação, nem os da justiça, nem os da segurança, nem os do mundo rural, nem nenhuma das demais questões relevantes e relativas a todos os aspectos políticos, sociais, culturais, económicos e cívicos de que se faz a vida de um país.
Este prémio dado à incompetência mais clamorosa vai ter consequências desastrosas. A vida dos portugueses é, e vai continuar a ser, uma verdadeira trampa, mas eles acabam de mostrar que preferem chafurdar na porcaria a encontrar soluções verdadeiras, competentes, dignas e limpas. A democracia é assim. Terão o que merecem e é muitíssimo bem feito.
O País acaba de mostrar que prefere a arrogância e a banha de cobra. Pois besunte-se com elas que há-de ter um lindo enterro.
A partir de agora, só haverá mais do mesmo. Com os socialistas no Governo, Portugal não sairá da cepa torta nos próximos anos, ir-se-á afundando cada vez mais no pântano dos falhanços, das negociatas e dos conluios, e dentro de pouco tempo nem sequer será digno de ser independente.
Sejam muito felizes.
Vasco Graça Moura - 30/09/2009
Um pouco tarde, mas sempre a tempo, este comentário de VGMoura. Alguém já disse algures: «Cada povo tem o governo que merece». Nunca foi tão verdade. Pena é que eu também faço parte desse povo, mesmo não me identificando minimamente com ele.(O negrito é meu)
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Che Guevara e a hipocrisia mundial
Por acaso tomei conhecimento deste vídeo, em que é mostrado quem é Che Guevara, contado por quem privou com ele. Eu, nunca vestiria fosse o que fosse com a sua imagem, nem a de Mao ou a de Hitler. É uma vergonha que a juventude faça disso uma moda sem saber quem é o personagem, só porque é "cool"!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Dois dedos de conversa
Aquele cumprimento firme, gentil, reforçado pelo contato visual directo acabou
A REVISTA VIRTUAL "Slate" analisou há tempos um fenômeno que me intriga há séculos. Apertos de mão. Nenhuma metáfora: falo mesmo do momento banal em que duas pessoas se encontram, estendem as respectivas mãos e apertam-nas como sinal de reconhecimento social.Para a revista, a arte está em declínio, e não necessariamente por culpa da gripe A. Está em declínio porque em declínio estão os cultores rigorosos do aperto. Posso confirmar o diagnóstico. Todos os dias, nas minhas aventuras citadinas, a evidência estende-se literalmente à minha frente. Alguém oferece a mão. Eu ofereço a minha. E, quando o aperto se dá, tenho a desagradável sensação de que agarro um órgão mole e amorfo, muito parecido com um pênis em estado flácido. A sensação de repugnância é extrema, e a minha vontade é fugir dali: no aperto de uma mão, revela-se um caráter. A maioria dos meus interlocutores não tem caráter nenhum. E o oposto também acontece: gente que não aperta, mas esmaga os ossos do parceiro. Como se um cumprimento fosse o pretexto ideal para descarregar toda a insegurança de uma vida. O equilíbrio perfeito de que fala a "Slate", aquele cumprimento firme, gentil, sempre reforçado pelo contato visual direto, isso acabou. As pessoas apertam com muita força ou com nenhuma força. Por vezes, nem sequer apertam a mão toda; só os dedos. E raramente fitam o outro olhos nos olhos. Mas a crise das mãos não está apenas no aperto. Está sobretudo na caligrafia. Sou professor há vários anos e testemunho a evolução estilística do fenômeno: estamos a regressar à caverna, e a pintura rupestre ameaça substituir séculos de refinamento visual. São raros os exames legíveis. Pior: cresce o número de alunos que, chamados ao gabinete, têm de ler em voz alta os textos que escreveram. Por vezes, nem eles próprios reconhecem o que escreveram, como se a própria letra fosse um elemento estranho. Todos, ou quase todos, preferem escrever no computador e entregar trabalhos na única caligrafia que estimam. Não a caligrafia do João, da Maria ou do Francisco. Mas a caligrafia do sr. Times New Roman. Como explicar a crise das mãos? Não pretendo vestir o traje de ludita moderno e apontar o dedo à tecnologia reinante. A história da técnica é o cemitério dos luditas. Ou o anedotário deles: hoje, lemos as sentenças apocalípticas que se disseram sobre o telégrafo, a lâmpada elétrica, o telefone ou a televisão e sorrimos com o sentido de superioridade que define a nossa arrogância. Mas também é impossível negar completamente que a tecnologia reinante tornou as mãos, como instrumentos tangíveis de reconhecimento ou comunicação entre seres humanos, largamente dispensáveis. Uma sucessão de redes sociais permite que as pessoas se "conheçam", se "falem", e até se "cumprimentem", sem sentirem verdadeiramente que está um ser humano do outro lado. Ninguém aprende a apertar mãos porque, desde logo, não existem mãos para apertar. E as teclas de um computador explicam o resto: a caligrafia, um exercício demorado que exigia concentração e disciplina, é vista hoje como perda de tempo quando o computador garante rapidez e eficácia. Esse dogma esquece uma desconfortável verdade: escrever à mão era também pensar com as mãos. Pensar ao ritmo dos seus movimentos e desenhar palavras com a prudência e a precisão de quem não pode apagar tudo e começar tudo de novo. Escrever era inscrever. Uma aproximação à eternidade. Isso significa que estou pessimista sobre o futuro? Nem pessimista nem o contrário: o futuro, como dizem os ateus, a Deus pertence. Pessoalmente, eu só conheço o passado: há 5 milhões de anos, os australopithecus desceram das árvores, experimentaram o bipedismo e libertaram as mãos. Nascia o Homo habilis, capaz de fabricar instrumentos, de os agarrar e, com eles, de caçar nas savanas. Estava aberto o caminho para que o Homo erectus, finalmente, descobrisse o fogo. E, com o fogo, a civilização. Cinco milhões de anos depois, desconfio de que o meio em que vivemos será tão importante como foi no passado para o desenvolvimento físico e intelectual dos homens de amanhã.
Não digo com isso que o futuro será dos manetas. Mas não excluo que as mãos entrarão em atrofia e que dois dedos cheguem para a conversa.
jpcoutinho@folha.com.br
A REVISTA VIRTUAL "Slate" analisou há tempos um fenômeno que me intriga há séculos. Apertos de mão. Nenhuma metáfora: falo mesmo do momento banal em que duas pessoas se encontram, estendem as respectivas mãos e apertam-nas como sinal de reconhecimento social.Para a revista, a arte está em declínio, e não necessariamente por culpa da gripe A. Está em declínio porque em declínio estão os cultores rigorosos do aperto. Posso confirmar o diagnóstico. Todos os dias, nas minhas aventuras citadinas, a evidência estende-se literalmente à minha frente. Alguém oferece a mão. Eu ofereço a minha. E, quando o aperto se dá, tenho a desagradável sensação de que agarro um órgão mole e amorfo, muito parecido com um pênis em estado flácido. A sensação de repugnância é extrema, e a minha vontade é fugir dali: no aperto de uma mão, revela-se um caráter. A maioria dos meus interlocutores não tem caráter nenhum. E o oposto também acontece: gente que não aperta, mas esmaga os ossos do parceiro. Como se um cumprimento fosse o pretexto ideal para descarregar toda a insegurança de uma vida. O equilíbrio perfeito de que fala a "Slate", aquele cumprimento firme, gentil, sempre reforçado pelo contato visual direto, isso acabou. As pessoas apertam com muita força ou com nenhuma força. Por vezes, nem sequer apertam a mão toda; só os dedos. E raramente fitam o outro olhos nos olhos. Mas a crise das mãos não está apenas no aperto. Está sobretudo na caligrafia. Sou professor há vários anos e testemunho a evolução estilística do fenômeno: estamos a regressar à caverna, e a pintura rupestre ameaça substituir séculos de refinamento visual. São raros os exames legíveis. Pior: cresce o número de alunos que, chamados ao gabinete, têm de ler em voz alta os textos que escreveram. Por vezes, nem eles próprios reconhecem o que escreveram, como se a própria letra fosse um elemento estranho. Todos, ou quase todos, preferem escrever no computador e entregar trabalhos na única caligrafia que estimam. Não a caligrafia do João, da Maria ou do Francisco. Mas a caligrafia do sr. Times New Roman. Como explicar a crise das mãos? Não pretendo vestir o traje de ludita moderno e apontar o dedo à tecnologia reinante. A história da técnica é o cemitério dos luditas. Ou o anedotário deles: hoje, lemos as sentenças apocalípticas que se disseram sobre o telégrafo, a lâmpada elétrica, o telefone ou a televisão e sorrimos com o sentido de superioridade que define a nossa arrogância. Mas também é impossível negar completamente que a tecnologia reinante tornou as mãos, como instrumentos tangíveis de reconhecimento ou comunicação entre seres humanos, largamente dispensáveis. Uma sucessão de redes sociais permite que as pessoas se "conheçam", se "falem", e até se "cumprimentem", sem sentirem verdadeiramente que está um ser humano do outro lado. Ninguém aprende a apertar mãos porque, desde logo, não existem mãos para apertar. E as teclas de um computador explicam o resto: a caligrafia, um exercício demorado que exigia concentração e disciplina, é vista hoje como perda de tempo quando o computador garante rapidez e eficácia. Esse dogma esquece uma desconfortável verdade: escrever à mão era também pensar com as mãos. Pensar ao ritmo dos seus movimentos e desenhar palavras com a prudência e a precisão de quem não pode apagar tudo e começar tudo de novo. Escrever era inscrever. Uma aproximação à eternidade. Isso significa que estou pessimista sobre o futuro? Nem pessimista nem o contrário: o futuro, como dizem os ateus, a Deus pertence. Pessoalmente, eu só conheço o passado: há 5 milhões de anos, os australopithecus desceram das árvores, experimentaram o bipedismo e libertaram as mãos. Nascia o Homo habilis, capaz de fabricar instrumentos, de os agarrar e, com eles, de caçar nas savanas. Estava aberto o caminho para que o Homo erectus, finalmente, descobrisse o fogo. E, com o fogo, a civilização. Cinco milhões de anos depois, desconfio de que o meio em que vivemos será tão importante como foi no passado para o desenvolvimento físico e intelectual dos homens de amanhã.
Não digo com isso que o futuro será dos manetas. Mas não excluo que as mãos entrarão em atrofia e que dois dedos cheguem para a conversa.
jpcoutinho@folha.com.br
sábado, 3 de outubro de 2009
Elogio dos "Porcos"
Um agricultor coleccionava cavalos e só lhe faltava uma determinada raça.
Um dia ele soube que o seu vizinho tinha esse cavalo e atazanou-o até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:
- Bem, o seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu voltarei e, caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Alí perto, o porco escutava a conversa toda...
No dia seguinte deram o medicamento e foram-se embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Força amigo! Levanta-te daí, senão serás sacrificado!!! No segundo dia, deram-lhe o medicamento e foram-se embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Vamos lá amigo, levanta-te senão vais morrer! - Vamos lá, eu ajudo-te a levantar... Upa! Um, dois, três.
No terceiro dia deram-lhe o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando se foram embora, o porco aproximou-se do cavalo e disse:
- É agora ou nunca, levanta-te depressa! Coragem! Upa! Upa!Isso, devagar! Óptimo, vamos, um, dois, três, agora mais depressa, vá... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Tu venceste, Campeão!!!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo a correr no campo e gritou:
- Milagre!!! O cavalo melhorou! Isto merece uma festa... para comemorar "Vamos matar o porco!!!"
Reflexão: Isto acontece com frequência no ambiente de trabalho e na vida. Dificilmente se percebe quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso, por isso saber viver sem ser reconhecido é uma arte.
Se algum dia, alguém te disser que o teu trabalho não é de um profissional, lembra-te: "Amadores construíram a Arca de Noé e os profissionais, construíram o Titanic".
"Procure ser uma pessoa de valor, em vez de uma pessoa de sucesso".
Um dia ele soube que o seu vizinho tinha esse cavalo e atazanou-o até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:
- Bem, o seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu voltarei e, caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Alí perto, o porco escutava a conversa toda...
No dia seguinte deram o medicamento e foram-se embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Força amigo! Levanta-te daí, senão serás sacrificado!!! No segundo dia, deram-lhe o medicamento e foram-se embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Vamos lá amigo, levanta-te senão vais morrer! - Vamos lá, eu ajudo-te a levantar... Upa! Um, dois, três.
No terceiro dia deram-lhe o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando se foram embora, o porco aproximou-se do cavalo e disse:
- É agora ou nunca, levanta-te depressa! Coragem! Upa! Upa!Isso, devagar! Óptimo, vamos, um, dois, três, agora mais depressa, vá... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Tu venceste, Campeão!!!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo a correr no campo e gritou:
- Milagre!!! O cavalo melhorou! Isto merece uma festa... para comemorar "Vamos matar o porco!!!"
Reflexão: Isto acontece com frequência no ambiente de trabalho e na vida. Dificilmente se percebe quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso, por isso saber viver sem ser reconhecido é uma arte.
Se algum dia, alguém te disser que o teu trabalho não é de um profissional, lembra-te: "Amadores construíram a Arca de Noé e os profissionais, construíram o Titanic".
"Procure ser uma pessoa de valor, em vez de uma pessoa de sucesso".
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Tudo como dantes
O partido do senhor presidente relativo do Conselho ganhou as eleições. Parabéns. Perdeu votos, perdeu deputados e perdeu a maldita maioria absoluta.
A vitória do partido do senhor presidente relativo do Conselho com maioria relativa não vai mudar nada neste sítio cada vez mais pobre, muito manhoso, cheio de mentirosos, recheado de larápios e obviamente cada vez mais mal frequentado. É natural que hoje muitos indígenas estejam com uma enorme ressaca. Professores, funcionários públicos, agricultores, desempregados sem qualquer subsídio, os novos pobres e os pobres envergonhados.
A economia está de rastos, o endividamento disparou, o défice das contas públicas vai atingir valores inimagináveis e o partido do senhor presidente relativo do Conselho já mostrou que é incapaz de resolver os problemas estruturais do sítio. Engane-se pois quem pensa que a perda da maioria absoluta irá provocar uma mudança de estilo e de políticas. Engane-se quem pensa que a perda de votos e deputados do partido do senhor presidente relativo do Conselho irá torná-lo mais dialogante, menos arrogante, menos autoritário, menos vingativo, mais amigo das liberdades.
O senhor presidente relativo do Conselho não muda de estilo e muito menos de carácter. Pior. Com maioria relativa na Assembleia da República irá entrar no jogo da chantagem com as forças políticas à esquerda e à direita na esperança de que alguém o derrube e provoque eleições antecipadas, o melhor caminho para recuperar a maioria absoluta de 2005. Com maioria relativa e com as forças políticas adversárias com medo de o derrubarem, o senhor presidente relativo do Conselho vai dedicar-se a outra tarefa que já marca a sua agenda política há mais de ano e meio.
Vai, obviamente, prosseguir com grande tenacidade a guerrilha contra o Presidente da República e, se puder, intensificá-la já com as Presidenciais de 2011 no horizonte. O senhor presidente relativo do Conselho não vai descansar enquanto não conseguir uma maioria, um Governo e um Presidente. E como não costuma olhar a meios para atingir os seus fins, o sítio vai viver momentos cada vez mais asfixiantes. E quem lhe andou a fazer a vida negra nestes quatro anos e meio vai pagar com juros a ousadia.
O senhor presidente relativo do Conselho não esquece, não perdoa e gosta imenso de se vingar a preceito de quem ousa fazer-lhe frente. E assim o sítio lá vai cantando e rindo das suas desgraças.
António Ribeiro Ferreira, Jornalista do C Manhã
Já dizia o outro: «Cada povo tem o governo que merece»...
A vitória do partido do senhor presidente relativo do Conselho com maioria relativa não vai mudar nada neste sítio cada vez mais pobre, muito manhoso, cheio de mentirosos, recheado de larápios e obviamente cada vez mais mal frequentado. É natural que hoje muitos indígenas estejam com uma enorme ressaca. Professores, funcionários públicos, agricultores, desempregados sem qualquer subsídio, os novos pobres e os pobres envergonhados.
A economia está de rastos, o endividamento disparou, o défice das contas públicas vai atingir valores inimagináveis e o partido do senhor presidente relativo do Conselho já mostrou que é incapaz de resolver os problemas estruturais do sítio. Engane-se pois quem pensa que a perda da maioria absoluta irá provocar uma mudança de estilo e de políticas. Engane-se quem pensa que a perda de votos e deputados do partido do senhor presidente relativo do Conselho irá torná-lo mais dialogante, menos arrogante, menos autoritário, menos vingativo, mais amigo das liberdades.
O senhor presidente relativo do Conselho não muda de estilo e muito menos de carácter. Pior. Com maioria relativa na Assembleia da República irá entrar no jogo da chantagem com as forças políticas à esquerda e à direita na esperança de que alguém o derrube e provoque eleições antecipadas, o melhor caminho para recuperar a maioria absoluta de 2005. Com maioria relativa e com as forças políticas adversárias com medo de o derrubarem, o senhor presidente relativo do Conselho vai dedicar-se a outra tarefa que já marca a sua agenda política há mais de ano e meio.
Vai, obviamente, prosseguir com grande tenacidade a guerrilha contra o Presidente da República e, se puder, intensificá-la já com as Presidenciais de 2011 no horizonte. O senhor presidente relativo do Conselho não vai descansar enquanto não conseguir uma maioria, um Governo e um Presidente. E como não costuma olhar a meios para atingir os seus fins, o sítio vai viver momentos cada vez mais asfixiantes. E quem lhe andou a fazer a vida negra nestes quatro anos e meio vai pagar com juros a ousadia.
O senhor presidente relativo do Conselho não esquece, não perdoa e gosta imenso de se vingar a preceito de quem ousa fazer-lhe frente. E assim o sítio lá vai cantando e rindo das suas desgraças.
António Ribeiro Ferreira, Jornalista do C Manhã
Já dizia o outro: «Cada povo tem o governo que merece»...
Jorge Bukay - Tempo vivido
"Esta é a história de um homem a quem eu definiria como um pesquisador. Um pesquisador é alguém que busca; não necessáriamente alguém que encontra. Tão pouco é alguém que, necessáriamente, saiba o que anda a buscar. É simplesmente alguém para quem a vida é uma busca.
Um dia, o pesquisador sentiu que devia ir até à cidade de Kamir. Tinha aprendido a respeitar rigorosamente aquelas sensações que vinham de um lugar desconhecido de si mesmo. Por isso deixou tudo e partiu. Depois de dois dias de marcha pelos caminhos empoeirados, avistou, ao longe, Kamir. Um pouco antes de chegar à povoação, chamou-lhe vivamente a atenção uma colina à direita da azinhaga. Estava atapetada de um verde maravilhoso e tinha uma grande quantidade de árvores, pássaros e flores encantadores. Estava inteiramente rodeada por um pequeno muro de madeira brilhante. Uma portazinha de bronze convidava-o a entrar. Sentiu logo que o povoado lhe fugia da memória e sucumbiu à tentação de descansar por um momento naquele lugar.
O pesquisador ultrapassou o portal e começou a caminhar lentamente por entre as pedras brancas que estavam dispostas ao acaso por entre as árvores. Deixou que os seus olhos se pousassem como borboletas em cada pormenor daquele paraíso multicolor. Os seus olhos eram os de um pesquisador e foi talvez por isso que descobriu aquela inscrição sobre uma das pedras: Abdul Tareg, viveu 8 anos, 5 meses, duas semanas e 3 dias.
Ficou um pouco surpreendido ao dar-se conta de que aquela pedra não era simplesmente uma pedra: era uma lápide. Sentiu pena ao pensar que um menino de tão tenra idade estava enterrado naquele lugar. Olhando á sua volta, o homem deu-se conta que a pedra ao lado também tinha uma inscrição. Aproximou-se para a ler.
Dizia: Yamir Kalib, viveu 5 anos, 8 meses e 3 semanas. O pesquisador sentiu-se terrivelmente comovido. Aquele lindo lugar era um cemitério e cada pedra era uma campa. Começou a ler as lápides uma por uma. Todas tinham inscrições semelhante: um nome e o tempo exacto de vida do morto. Mas o que o enleou de espanto foi comprovar que aquele que tinha vivido mais tempo mal ultrapassava os onze anos...Paralizado por uma dor terrível, sentou-se e pôs-se a chorar.
O encarregado do cemitério passava por ali e aproximou-se. Observou-o a chorar durante algum tempo em silêncio e perguntou-lhe logo a seguir se chorava por algum familiar. Não, não é por nenhum familiar disse o pesquisador.
- Que se passa nesta povoação? Que coisa horrível acontece nesta cidade? Porque é que há tantas crianças enterradas neste lugar? Qual é a maldição horrível que pesa sobre estas pessoas, que as obrigou a construir um cemitério de crianças?
O ancião sorriu e disse:- O senhor pode tranquilizar-se. Não existe uma tal maldição. O que acontece é que temos um costume antigo. Vou contar: « Quando um jovem completa quinze anos, os seus pais oferecem-lhe um livrete como este que tenho aqui, para que o pendure ao pescoço. É tradição entre nós que, a partir deste momento, de cada vez que alguém desfrute de alguma coisa, abra o livrete e anote nele: À esquerda, o que foi desfrutado. À direita, quanto tempo durou o prazer. Conheceu a sua noiva e enamorou-se dela. Quanto tempo durou essa paixão enorme e o prazer de a conhecer? Uma semana? Duas? Três semanas e meia...? E depois, a emoção do primeiro beijo... Quanto durou? O minuto e meio do beijo? Dois dias? Uma semana? E a gestação e o nascimento do primeiro filho...? E as bodas dos amigos? E a viagem mais desejada? E o encontro com o irmão que regressa de um país longinquo? Quanto tempo durou o disfrutar dessas situações? Horas? Dias? Assim vamos anotando no livrete cada momento que desfrutamos...Cada momento.
Quando alguém morre, é nosso costume abrir o seu livrete e somar o tempo em que sentiu prazer para o escrever sobre a sua campa. Porque é esse quanto a nós o único e verdadeiro TEMPO VIVIDO.»"
in "Contos para pensar - Jorge Bukay"
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