“Eu sou só um ser humano que se criou e se formou entre corruptos, imodestos e modernos corsários que julgaram ser bravos, justos e guardiães da honra, porém esqueceram de calar em frente aos meninos. Porque este menino cresceu admirando esses vícios heróicos e vandalistas que nosso líderes louvaram, fazendo-me acreditar que um assalto a um quartel, em um país com leis, pode ser uma coisa justa. Fazendo-me ver que subverter um país com ideias estrangeiras, usando métodos ilegais, era algo necessário. Fazendo-me ver que os problemas do estado são solucionados mais fácilmente se repelimos nosso próprios cidadãos. Fazendo-me ver que repudiar, desprestigiar, pisotear, golpear, cuspir ou encarcerar era uma boa opção para aqueles que não pensam como o sistema exige. Fazendo-me ver que o povo é uma massa amorfa e distante, que se tem em conta de um palanque para elogiá-la um pouco, incitá-la outro tanto e logo regressar ao ar condicionado. Fizeram-me ver tantas e tantas coisas que terminei confundido como milhões de cubanos que não sabemos a diferença exata entre o bem e o mal”.
Excerto do Livro "Memórias de um guerrilheiro cubano deconhecido" de Juan Juan Almeida, publicado por Yoni Sanchez no Seu Blog "Generacion Y". A "nomenklatura" cubana vista por dentro (por quem esteve de um lado e agora está do outro, por ter caído em desgraça)
Há 3 horas
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