A fase final do antigo regime foi marcada pela guerra colonial. As três guerras de África em que os oficiais milicianos combatiam na mata enquanto os oficiais do quadro permanente frequentavam as secretarias e os quartéis, onde aqueciam as cadeiras e arrefeciam as costas ao sopro do ar condicionado.
Alguns desses permanentes, insatisfeitos quanto ao programa das suas promoções, revoltaram-se e promoveram o golpe de 25 de Abril.
Depois chegaram os muitos políticos que não quiseram ir sofrer nas guerras das selvas e estiveram a combater o regime sofrendo em Paris, na Argélia e noutros locais inóspitos no estrangeiro..
O novo regime, directa ou indirectamente, desde há 35 anos que tem estado ao serviço destes dois grupos.Basta olhar para os outros “quadros permanentes” - o das oligarquias partidárias e o da Assembleia da República, para ver que assim é.
Depois há quem se admire pelo facto de ninguém se importar muito com o que eles dizem.
De quem será a culpa do desprestígio da maior parte da classe política? De quem será a culpa que levou as pessoas, apenas para castigar e ridicularizar o regime, a eleger Salazar como o maior português de sempre?
Quem pode dar crédito a estes revolucionários de pacote, como o Vasco Lourenço, o Otelo, o dr. Soares ou o poeta Alegre, todos igualmente aburguesados, quando se ouvem a expelir a verborreia de circunstância a partir dos sofás de peles dos seus reluzentes Mercedes?
Cuidado.
Os apertos das crises podem aclarar as mentes e fazer estoirar paciências..
António Torres in Blog "Faccioso"
Há 2 horas
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