Paulo Serôdio, de 45 anos, nasceu em Moçambique, numa família portuguesa de três gerações em África. Foi para os Estados Unidos, em 1984, naturalizou-se americano, casou, teve filhos e, já quarentão, decidiu tirar Medicina. Queria trabalhar nos Médicos Sem Fronteiras, no continente onde nasceu. Na Faculdade de Medicina de Nova Jérsei, em Newark, numa aula em que era pedido aos alunos que se definissem culturalmente, Serôdio respondeu: "Afro-americano branco." Uma colega negra insurgiu-se: aquilo era um insulto! E o professor ordenou-lhe que nunca mais se definisse assim. Paulo Serôdio insistiu e foi suspenso da escola - há um processo judicial que corre sobre o assunto (li a história no site da cadeia televisiva americana ABC, alertado por um post, ontem, no blogue Blasfémias). É uma história de ignorância. Do triângulo "africano, americano e branco" é claro que o que incomoda é a junção de africano com branco. Se Paulo Serôdio quiser, serei sua testemunha. E levo uma longa lista de brancos que deram a vida, o trabalho e o amor pela sua pátria africana.
Até hoje também ainda não entendi porque raio de carga de água é que Afro há-de significar negro. E os brancos que tem 4 e 5 gerações nascidas em África!! Serão euro-europeus???
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