domingo, 27 de dezembro de 2009

Portugal pequenino-autorização para matar

Polícia não pode tocar no homicida O condutor Paulo Jorge esmagou um homem com o seu carro e fugiu, mas o crime nem prevê prisão preventiva. Não pode ser detido.
Paulo Jorge, mais conhecido por ‘Catota’, matou um homem que estava sentado na paragem à espera do autocarro, esmagando-o com o seu Seat Toledo descontrolado, e fugiu a pé, na Alta de Lisboa. Não deu assistência à vítima mortal nem aos dois feridos, entre eles uma criança, mas a polícia também não lhe pode tocar, caso o encontre. A lei diz que o seu crime não vai além do homicídio negligente, porque não teve intenção de matar e, como só é punível com pena de cadeia até cinco anos, não prevê prisão preventiva. Por isso ‘Catota’ nem precisava de ter fugido anteontem à noite. Se o virem só o podem identificar – a lei não permite ao Ministério Público passar o mandado de detenção.
O outro crime em que ‘Catota’ incorre é de omissão de auxílio às vítimas, mas também aqui a moldura penal não permite prisão preventiva. 'Não é possível passar um mandado de detenção, em situações que se têm repetido de forma grave, porque a lei não permite resposta. Isto ao contrário de outros países – onde existe um regime de responsabilidade', recorda ao CM uma fonte judicial. 'Basta ver o caso do camionista português que foi responsável pelo acidente em Inglaterra que matou pessoas. Foi automaticamente detido e ficou preso.'
In Correio da Manhã

Cavaco - Que fazer?

«Que fazer, como sucede hoje a Cavaco, quando não há maioria absoluta na Assembleia e o primeiro-ministro persiste numa direcção que ele considera desastrosa? Para dissolver, Cavaco precisava de duas certezas. Primeira, que os portugueses não lhe devolvessem um Parlamento igual a este. Segunda, que os portugueses não o desautorizassem, reforçando Sócrates. Ora, no presente estado do PSD, nada lhe garante nem uma coisa, nem outra. E, como percebe a evidência (que, de resto, toda a gente percebe), Cavaco não vai dissolver. Ao contrário do que por aí anda a declarar, o que lhe convém hoje é "alimentar a polémica com Sócrates". Diariamente, continuamente, sem ambiguidade ou fraqueza. Na ausência de uma oposição, tem ele de substituir a oposição. Portugal inteiro espera isso dele. E, depois, quando Sócrates cair, como cairá, na execração geral e ele, Cavaco, reeleito, reentrar em Belém, se tratará de pôr a casa em ordem.»
Vasco Pulido Valente, Público

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Magalhães - 180 milhões da Acção Social Escolar

Mário Lino retirou 180 milhões de euros à Acção Social Escolar para pagar Magalhães
O ex-ministro das Obras Públicas Mário Lino terá ido buscar, já em final da legislatura, cerca de 180 milhões de euros à Acção Social Escolar para pagar o computador Magalhães e fazer o acerto de contas com as operadoras, noticia o site da revista "Visão". A informação foi confirmada pelo ex-governante.
Terá sido desta forma que a FCM conseguiu saldar as dívidas com as operadoras móveis Optimus e TMN que, por sua vez, e conforme estava negociado com o Governo, terão entregue aproximadamente 100 milhões de euros à JP Sá Couto, fornecedor dos cerca de 370 mil computadores Magalhães distribuídos pelos alunos do 1º ciclo do ensino básico. Os restantes 80 milhões ficaram para os operadores, a título de devolução dos valores avançados para o pagamento dos computadores do e-escola (2º e 3ª ciclos do ensino secundário, professores, formandos das Novas Oportunidades, etc.), acrescenta a "Visão".

COMENTÁRIO: É mais um dos bons investimentos deste governo da treta. Mas há algo mais fantástico:
O que acho mais giro é o que ainda não vi ninguém dizer nem pensar!!!
100 Milhões certo?
370 mil computadores certo?
Dividindo dá 270€ cada certo?
Facilmente se encontra no mercado Magalhães a 266,99€ certo? (com um choradinho talvez menos)

In Blog "Democracia em Portugal?"

Beeeeemmmm! É só fazer as contas, e basta uma calculadora comprada numa loja chinesa...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O barulho da carroça

Certa manhã, o meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque.
Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, ouves mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo o barulho de uma carroça.
- Isso mesmo, disse o meu pai, é uma carroça vazia...
Perguntei-lhe:
- Como podes saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
- Ora, respondeu meu pai, é muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho.
Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz!

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir o meu pai dizendo :
- Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!...

Autor desconhecido

Porque será que, ao ler este texto, me lembrei dos nossos políticos, particularmente dos que estão no governo actual?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

De onde vêm os bébés?

Agora que o (des)governo se prepara para fazer passar na A República a Lei do casamento gay, lembre-se como vai depois explicar esta situação, às crianças.

sábado, 21 de novembro de 2009

Ana Paula Lavado - Quando te disse

"Quando te disse
que era da terra selvagem
do vento azul e das praias morenas...
do arco-iris das mil cores
do sol com fruta madura
e das madrugadas serenas...

das cubatas e musseques
das palmeiras com dendém
das picadas com poeira
da mandioca e fuba também...
das mangas e fruta pinha
do vermelho do café
dos maboques e tamarindos
dos cocos, do ai u'é...

das praças no chão estendidas
com missangas de mil cores
os panos do Congo e os kimonos
os aromas, os odores...

dos chinelos no chão quente
do andar descontraido
da cerveja ao fim de tarde
com o sol adormecido...

dos merenges e do batuque
dos muquixes e dos mupungos
dos imbondeiros e das gajajas
da macanha e dos maiungos.

da cana doce e do mamão
da papaia e do cajú...

tu sorriste e sussurraste:
"«Sou da mesma terra que tu!»"
Ana Paula Lavado

Minhas fotos - Alentejo







Dança do varão

Tentando esquecer um pouco a "nojeira" que vai por este país (o meu país) um pouco de humor.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Godinho fotografado a dar saco a Vara

A nossa Judiciária é de umas minudências que até parece mais uma campanha negra (contra o 1º ministro, claro). Que exagero. O que o Godinho foi visto a dar ao Vara não era mais nem menos que um saquinho com rebuçados pra tosse...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Frase do dia

Muita gente tem dito que o Sócrates viaja demais.
Bem!! O problema não é esse!
O problema é que ele volta...

Alexis de Tocqueville

La démocratie donne toute sa valeur possible à chaque homme, le socialisme fait de chaque homme un agent, un instrument, un chiffre.
Alexis de Tocqueville

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Nada de excitações

Calma. O Ministério Público chegou à conclusão de que o contrato de concessão do terminal de contentores de Alcântara foi feito à medida dos interesses do grupo Mota-Engil. Evidentemente que esta evidência não significa que alguém vá preso. Nada disso. Neste caso, o negócio foi feito por anjinhos que não receberam nada em troca e só pensaram, a todo o momento, nos interesses estratégicos do sítio. É natural.
É em nome desses interesses estratégicos que o Estado anda metido em tudo e mais alguma coisa. A esquerda baba-se com os sectores estratégicos e as empresas estratégicas. Pois é. É a face visível de um sistema corrupto, cada vez mais corrupto, em que vale tudo para fazer fortuna e impor aos privados regras sujas de um jogo cada vez mais porco e repelente. Agora aí está mais uma operação policial que descobriu uma pequena parte da face oculta do sistema. No centro do caso, que está a excitar os indígenas, aparece um sucateiro que criou um grupo empresarial ao fim de muitos anos de trabalho e que terá corrompido uns senhores de colarinho muito branco para fazer negócios com empresas estratégicas do Estado, empregar centenas de trabalhadores e pagar-lhes os salários.
Obviamente que está preso. Os outros, senhores de gravatas caras que circulam nos corredores do poder e das empresas públicas estratégicas há imensos anos, ligados aos partidos do Bloco Central, os patrões do polvo, andam por aí à espera de novas e mandados já com um rol imenso de defensores. É evidente que neste sítio manhoso, cada vez mais manhoso, corrupto, cada vez mais corrupto, pobre, cada vez mais pobre, deprimido, cada vez mais deprimido, cheio de larápios, e que larápios, chicos-espertos, e que chicos, cheio de mentirosos, e que mentirosos, e obviamente cada vez mais mal frequentado, o que não falta é sucateiros que só sobrevivem corrompendo os patrões do sistema.
Claro que não são todos iguais. Há os pequenos, os médios e os tubarões. Desta vez caiu na rede um à medida do sistema que andou por aí a fazer negócios corruptos com várias empresas estratégicas do Estado. Obviamente que está preso. Mas nestas coisas de corrupção é preciso muita calma. Nada de excitações. As campainhas de alarme já começaram a tocar em todos os corredores do poder, e, mais cedo do que tarde, em nome dos altos interesses do Estado, tudo irá voltar à normalidade. A porcaria vai assentar e os corruptos vão continuar a fazer a sua vidinha à sombra desta democracia de muitos maus costumes.
António Ribeiro Ferreira, Grande Repórter in Correio da Manhã

Os Intocáveis

O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação. Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (…)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca.
Mário Crespo in JN 02/11

Até a corromper fazemos figura de pobrezinhos

E cá vamos nós outra vez. Uma dúzia de arguidos. Uma investigação que atinge o coração do sistema político e económico. As notícias a pingarem nos jornais em cadência pré-estabelecida. Um processo já com oito mil páginas. O cuidado posto pelos investigadores no timing da acção (pós-eleições, pós-tomada de posse), revelador do equilíbrio cada vez mais frágil entre o poder executivo e judicial. Os envolvidos a garantirem a confiança na justiça enquanto vão desmentindo o que a justiça apurou até ao momento. Políticos importantes a explicarem que não comentam casos judiciais. Um caso judicial que dia-a-dia se aproxima de políticos cada vez mais importantes. A alternância na trafulhice: um megacaso envolvendo gente do PSD para ti, um megacaso envolvendo gente do PS para mim. O país atravessado pela velha sensação do "eles são todos iguais". A evidência dos milhares de negócios feitos à sombra do Estado onde a corrupção campeia.
Pode dizer-se que nada disto é novo. Que já vimos tudo isto muitas vezes. Que esta Face Oculta é apenas mais uma das mil faces de um Portugal centralizador e, por isso, estruturalmente corrupto. Mas, na verdade, há aqui alguma coisa de novo: a dimensão. Não a dimensão no sentido "vejam tantos milhões e tantas pessoas importantes envolvidas". Isso é o caso BPN. Aqui a dimensão é outra, e é essa outra dimensão que espanta: a forma como uma sucateira de Ovar consegue alegadamente corromper quadros de topo das maiores empresas nacionais. Um pequeno selfmade man com muitas notas e capacidade para oferecer Mercedes topo de gama chega à EDP, à Galp, à Refer, à REN, à PT, com a maior das facilidades influenciando concursos a seu favor. Um chico-esperto com os bolsos cheios consegue enfiar no bolso dezenas de pessoas poderosas. Mais do que isso: tem a pretensão de poder afastar presidentes de empresas estatais que lhe dificultam a marosca. Eu já vi coisas destas, sim. Mas era um episódio de Os Sopranos.
Esta facilidade com que um muito pequeno influencia os muito grandes é a coisa que mais se aproxima em Portugal de um procedimento mafioso. Mas não há corpos atirados para o rio: à boa maneira lusitana, é uma cosa nostrinha. Portugal é um país livre da mmfia porque não é preciso ameaçar ninguém com uma pistola. Basta abanar com um maço de notas. Um Mercedes com jantes de liga leve? Ó meu amigo, leve lá a sucata para casa. Dez mil euros? Está bem, eu faço dois ou três telefonemas. Golpes de colarinho banco com os quais se compram ilhas em paraísos tropicais eu ainda posso perceber. Mas esta corrupção dos pobrezinhos nas maiores empresas portuguesas é verdadeiramente deprimente. Até a roubar temos de ser rascas?
João Miguel Tavares in DN

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Criminilização de enriquecimento ílicito

O PCP apresentou hoje na Assembleia da República um projecto de lei para a criminalização do enriquecimento ilícito, acreditando que a proposta, já defendida na anterior legislatura, possa agora ser aprovada pelo Parlamento, sem maioria absoluta do PS.

É capaz de não ser muito curial nesta altura. É que se a Lei for aprovada, provávelmente, vamos ficar sem (des)governo durante uns tempos e além de as cadeias não terem instalações para tanta gente... podemos vir a entrar num ciclo em que o povo irá, inevitávelmente, chegar à conclusão de que afinal esses senhores andam cá a fazer muito pouco e o que fazem é mal!!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Armando Vara constituido arguido

Armando Vara foi constituido arguido após provas na operação Face oculta da PJ. Gostaria de acreditar que desta vez este senhor vai parar onde já devia estar há muito tempo: a cadeia. Infelizmente, como a maioria dos portugueses já deixei de acreditar na honestidade e decência da nossa Justiça. Estou para ver onde vai dar a meada quando começarem a puxar o fiozinho, se houver alguém para o puxar, o que me deixa outra dúvida.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Carlos Drummond de Andrade

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional." Carlos Drummond de Andrade

Citação - A.Barreto

Os políticos falam verdade e mentem indiferentemente. Realizam o prometido ou não, sem qualquer dúvida ou remorso. Defendem, sucessiva e metodicamente, o interesse geral, o partidário e o pessoal, sem nunca deixar de garantir que se trata do interesse nacional. Procuram sobretudo os votos e tentam conquistar, manter e renovar o poder, afirmando sempre que o essencial é o bem-estar da população. Acusam os adversários, ora no poder, ora na oposição, de tudo quanto fazem eles próprios, exibindo sempre a pureza original dos servidores do público.
António Barreto - Sociólogo

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Liberdade de Imprensa em Portugal


A organização Repórteres Sem Fronteiras considera que a liberdade de imprensa diminuiu este ano em Portugal, com uma queda do 16º para o 30º lugar na lista dos países que mais respeitam o trabalho dos jornalistas.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Hino à ignorância

A propósito de "Caim" Constança Cunha e Sá escreve aqui. E eu acrescento: o sr Saramago, que de escritor tem muito pouco - os escritores conhecem bem a gramática da língua em que escrevem - do alto da sua senilidade galopante , num golpe de vendedor de banha da cobra vem mais uma vez evidenciar a sua habilidade para o negócio e ignorância sobre o que fala. Ao contrário do que pensa o mundo não gira à volta do seu umbigo. Já é altura do sr se retirar para a sua casinha em Espanha e deixar-se lá estar quietinho à espera que a senhora da foice o leve! (Se é que não o levou já e "ele" não sabe). Não era necessária tanta "bacorada" para vender o livro(?) e escusava de mostrar tanta ignorância e desrespeito pelas pessoas que têm fé e ainda acreditam em alguma coisa que não os bens materiais. Temos uma Maitê de calças. Nem compreendo o porquê de tanta polémica...

O NOBEL ESCARRO

Segundo o sr. Saramago, a Bíblia é um manual de maus costumes. Sempre do lado da Besta. Mas, como em muitas circunstâncias, deve aplicar-se o princípio da caridade e fazer de conta que ele ainda é vivo.
Publicada por João Gonçalves in "Portugal dos Pequeninos"

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A loucura dos bónus

A "cultura dos bónus" está de volta às capitais financeiras do mundo, Wall Street e a City londrina, com os sectores bancários e financeiros a preparar a entrega de milhares de milhões em bónus e incentivos aos ramos de banca de investimento."Os prémios tiveram um papel importante na crise e, no entanto, nada mudou." O desabafo é de J. Robert Brown, professor da Universidade de Denver especialista em corporate governance. E os números talvez não sejam para menos. Segundo o "The Wall Street Journal", as 23 maiores empresas financeiras dos EUA preparam-se para gastar este ano 140 mil milhões de dólares - 95 mil milhões de euros - em bónus e incentivos aos seus colaboradores. Um valor quase suficiente para limpar 80% da dívida pública portuguesa, que deverá atingir 121,6 mil milhões no final de 2009.Ontem foi conhecido que também o Royal Bank of Scotland, que na sequência da crise financeira entregou o controlo de 70% do capital aos contribuintes britânicos, planeia pagar até cinco milhões de libras a cada um dos seus 20 quadros de topo no ramo da banca de investimento, cabendo aos outros empregados deste ramo em média cerca de 240 mil libras. Estes valores superam o que foi pago pelo RBS em 2007 - o pico antes do caos - e são 66% superiores ao que foi atribuído em 2008. A notícia chegou um ano depois do RBS ter recebido 22 mil milhões de euros dos contribuintes para fugir à falência e, para o "Times", mostram que "cultura dos bónus" está de volta à City. Mas essa não é a única cultura que está de regresso. Os bancos que sobreviveram à hecatombe estão agora a apostar forte no mercado da dívida e do câmbio, aproveitando a falta de concorrentes para garantir fortes ganhos. "Os lucros dos bancos nos EUA vêm sobretudo do trading e não estão a reflectir-se num crescimento do crédito concedido à economia real", criticou o economista Jacques Attali, numa conferência em Lisboa, sexta-feira. Este regresso ao passado é também evidente em Wall Street - JP Morgan prepara a entrega de 18 mil milhões de dólares, a Goldman Sachs mais 20 mil milhões - e tem vindo a criar um dilema. Se por um lado as instituições argumentam que não se podem dar ao luxo de pagar menos, por outro a opinião pública e política promete crucificar o sector caso se confirmem os bónus. Basta ver a tábua rasa que tais bónus implicam nas recomendações recentes de contenção salarial à banca feitas pelo G20. A complexidade do problema está exposta, porém, num caso: a General Motors. Com um tecto salarial definido pelo Governo - que não pode superar o milhão de dólares anual - a fabricante não está a conseguir contratar um administrador-financeiro para o grupo.
Filipe Paiva Cardoso, Jornal i

Pois claro... Foi exactamente com essa finalidade que os bancos e empresas foram injectados com o dinheiro dos nossos impostos. Os impostos que são pagos pelo cidadão comum para encher os bolsos a estes parasitas. Viva a folia !!!

Minha vida é a maior empresa do mundo...

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não me esqueço, de a que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Fernando Pessoa (Lisboa, 13/11/1888 - Lisboa, 30/11/1935)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MAIS DO MESMO

O povo português acaba de demonstrar a sua fatal propensão para viver num mundo às avessas. Não há nada a fazer senão respeitá-la. Mas nenhum respeito do quadro legal, institucional e político me impede de considerar absolutamente vergonhosa e delirante a opção que o eleitorado acaba de tomar e ainda menos me impede de falar dos resultados com o mais total desprezo.

Só o mais profundo analfabetismo político, de braço dado com a mais torpe cobardia, explica esta vitória do Partido Socialista.

Não se diga que tomo assim uma atitude de mau perdedor, ou que há falta de fair play da minha parte. É timbre das boas maneiras felicitar o vencedor, mas aqui eu encontro-me perante um conflito de deveres: esse, das felicitações na hora do acontecimento, que é um dever de cortesia, e o de dizer o que penso numa situação como aquela que atravessamos, que é um dever de cidadania.

Opto pelo segundo. Por isso, quando profiro estas e outras afirmações, faço-o obedecendo ao imperativo cívico e político de denunciar também neste momento uma situação de catástrofe agravada que vai continuar a fazer-nos resvalar para um abismo irrecuperável.

Entendo que o Governo que sair destes resultados não pode ter tréguas e tenciono combatê-lo em tudo quanto puder. Sabe-se de antemão que o próximo Governo não vai prestar para nada!

É de prever que, dentro de pouco tempo, sejamos arrastados para uma situação de miséria nacional irreversível, repito, de miséria nacional irreversível, e por isso deve ser desde já responsabilizado um eleitorado que, de qualquer maneira, há-de levar a sua impudência e a sua amorfia ao ponto de recomeçar com a mais séria conflitualidade social dentro de muito pouco tempo em relação a esta mesma gente inepta a quem deu a maioria.

O voto nas legislativas revelou-se acomodatício e complacente com o status quo. Talvez por se tratar, na sua grande maioria, de um voto de dependentes directos ou indirectos do Estado, da expressão de criaturas invertebradas que não querem nenhuma espécie de mudança da vidinha que levam e que se estão marimbando para o futuro e para as hipotecas que as hostes socialistas têm vindo a agendar ao longo do tempo. O que essa malta quer é o rendimento mínimo, o subsídio por tudo e por nada, a lei do menor esforço.

Mas as empresas continuarão a falir, os desempregados continuarão a aumentar, os jovens continuarão sem ter um rumo profissional para a sua vida. Pelos vistos a maioria não só gosta disso, como embarcou nas manipulações grosseiras, nas publicidades enganosas, nas aldrabices mediáticas, na venda das ilusões mais fraudulentamente vazias de conteúdo.

A vitória foi dada à força política que governou pior, ao elenco de responsáveis que mais incompetentemente contribuiu para o agravamento da crise e para o esboroar da sustentabilidade, ao clube de luminárias pacóvias que não soube prevenir o desemprego, nem resolver os problemas do trabalho, nem os da educação, nem os da justiça, nem os da segurança, nem os do mundo rural, nem nenhuma das demais questões relevantes e relativas a todos os aspectos políticos, sociais, culturais, económicos e cívicos de que se faz a vida de um país.

Este prémio dado à incompetência mais clamorosa vai ter consequências desastrosas. A vida dos portugueses é, e vai continuar a ser, uma verdadeira trampa, mas eles acabam de mostrar que preferem chafurdar na porcaria a encontrar soluções verdadeiras, competentes, dignas e limpas. A democracia é assim. Terão o que merecem e é muitíssimo bem feito.

O País acaba de mostrar que prefere a arrogância e a banha de cobra. Pois besunte-se com elas que há-de ter um lindo enterro.

A partir de agora, só haverá mais do mesmo. Com os socialistas no Governo, Portugal não sairá da cepa torta nos próximos anos, ir-se-á afundando cada vez mais no pântano dos falhanços, das negociatas e dos conluios, e dentro de pouco tempo nem sequer será digno de ser independente.

Sejam muito felizes.

Vasco Graça Moura - 30/09/2009

Um pouco tarde, mas sempre a tempo, este comentário de VGMoura. Alguém já disse algures: «Cada povo tem o governo que merece». Nunca foi tão verdade. Pena é que eu também faço parte desse povo, mesmo não me identificando minimamente com ele.(O negrito é meu)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Che Guevara e a hipocrisia mundial



Por acaso tomei conhecimento deste vídeo, em que é mostrado quem é Che Guevara, contado por quem privou com ele. Eu, nunca vestiria fosse o que fosse com a sua imagem, nem a de Mao ou a de Hitler. É uma vergonha que a juventude faça disso uma moda sem saber quem é o personagem, só porque é "cool"!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Dois dedos de conversa

Aquele cumprimento firme, gentil, reforçado pelo contato visual directo acabou

A REVISTA VIRTUAL "Slate" analisou há tempos um fenômeno que me intriga há séculos. Apertos de mão. Nenhuma metáfora: falo mesmo do momento banal em que duas pessoas se encontram, estendem as respectivas mãos e apertam-nas como sinal de reconhecimento social.Para a revista, a arte está em declínio, e não necessariamente por culpa da gripe A. Está em declínio porque em declínio estão os cultores rigorosos do aperto. Posso confirmar o diagnóstico. Todos os dias, nas minhas aventuras citadinas, a evidência estende-se literalmente à minha frente. Alguém oferece a mão. Eu ofereço a minha. E, quando o aperto se dá, tenho a desagradável sensação de que agarro um órgão mole e amorfo, muito parecido com um pênis em estado flácido. A sensação de repugnância é extrema, e a minha vontade é fugir dali: no aperto de uma mão, revela-se um caráter. A maioria dos meus interlocutores não tem caráter nenhum. E o oposto também acontece: gente que não aperta, mas esmaga os ossos do parceiro. Como se um cumprimento fosse o pretexto ideal para descarregar toda a insegurança de uma vida. O equilíbrio perfeito de que fala a "Slate", aquele cumprimento firme, gentil, sempre reforçado pelo contato visual direto, isso acabou. As pessoas apertam com muita força ou com nenhuma força. Por vezes, nem sequer apertam a mão toda; só os dedos. E raramente fitam o outro olhos nos olhos. Mas a crise das mãos não está apenas no aperto. Está sobretudo na caligrafia. Sou professor há vários anos e testemunho a evolução estilística do fenômeno: estamos a regressar à caverna, e a pintura rupestre ameaça substituir séculos de refinamento visual. São raros os exames legíveis. Pior: cresce o número de alunos que, chamados ao gabinete, têm de ler em voz alta os textos que escreveram. Por vezes, nem eles próprios reconhecem o que escreveram, como se a própria letra fosse um elemento estranho. Todos, ou quase todos, preferem escrever no computador e entregar trabalhos na única caligrafia que estimam. Não a caligrafia do João, da Maria ou do Francisco. Mas a caligrafia do sr. Times New Roman. Como explicar a crise das mãos? Não pretendo vestir o traje de ludita moderno e apontar o dedo à tecnologia reinante. A história da técnica é o cemitério dos luditas. Ou o anedotário deles: hoje, lemos as sentenças apocalípticas que se disseram sobre o telégrafo, a lâmpada elétrica, o telefone ou a televisão e sorrimos com o sentido de superioridade que define a nossa arrogância. Mas também é impossível negar completamente que a tecnologia reinante tornou as mãos, como instrumentos tangíveis de reconhecimento ou comunicação entre seres humanos, largamente dispensáveis. Uma sucessão de redes sociais permite que as pessoas se "conheçam", se "falem", e até se "cumprimentem", sem sentirem verdadeiramente que está um ser humano do outro lado. Ninguém aprende a apertar mãos porque, desde logo, não existem mãos para apertar. E as teclas de um computador explicam o resto: a caligrafia, um exercício demorado que exigia concentração e disciplina, é vista hoje como perda de tempo quando o computador garante rapidez e eficácia. Esse dogma esquece uma desconfortável verdade: escrever à mão era também pensar com as mãos. Pensar ao ritmo dos seus movimentos e desenhar palavras com a prudência e a precisão de quem não pode apagar tudo e começar tudo de novo. Escrever era inscrever. Uma aproximação à eternidade. Isso significa que estou pessimista sobre o futuro? Nem pessimista nem o contrário: o futuro, como dizem os ateus, a Deus pertence. Pessoalmente, eu só conheço o passado: há 5 milhões de anos, os australopithecus desceram das árvores, experimentaram o bipedismo e libertaram as mãos. Nascia o Homo habilis, capaz de fabricar instrumentos, de os agarrar e, com eles, de caçar nas savanas. Estava aberto o caminho para que o Homo erectus, finalmente, descobrisse o fogo. E, com o fogo, a civilização. Cinco milhões de anos depois, desconfio de que o meio em que vivemos será tão importante como foi no passado para o desenvolvimento físico e intelectual dos homens de amanhã.
Não digo com isso que o futuro será dos manetas. Mas não excluo que as mãos entrarão em atrofia e que dois dedos cheguem para a conversa.
jpcoutinho@folha.com.br

sábado, 3 de outubro de 2009

Elogio dos "Porcos"

Um agricultor coleccionava cavalos e só lhe faltava uma determinada raça.
Um dia ele soube que o seu vizinho tinha esse cavalo e atazanou-o até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:
- Bem, o seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu voltarei e, caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Alí perto, o porco escutava a conversa toda...
No dia seguinte deram o medicamento e foram-se embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Força amigo! Levanta-te daí, senão serás sacrificado!!! No segundo dia, deram-lhe o medicamento e foram-se embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Vamos lá amigo, levanta-te senão vais morrer! - Vamos lá, eu ajudo-te a levantar... Upa! Um, dois, três.
No terceiro dia deram-lhe o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando se foram embora, o porco aproximou-se do cavalo e disse:
- É agora ou nunca, levanta-te depressa! Coragem! Upa! Upa!Isso, devagar! Óptimo, vamos, um, dois, três, agora mais depressa, vá... Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!! Tu venceste, Campeão!!!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo a correr no campo e gritou:
- Milagre!!! O cavalo melhorou! Isto merece uma festa... para comemorar "Vamos matar o porco!!!"

Reflexão: Isto acontece com frequência no ambiente de trabalho e na vida. Dificilmente se percebe quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso, por isso saber viver sem ser reconhecido é uma arte.

Se algum dia, alguém te disser que o teu trabalho não é de um profissional, lembra-te: "Amadores construíram a Arca de Noé e os profissionais, construíram o Titanic".
"Procure ser uma pessoa de valor, em vez de uma pessoa de sucesso".

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Tudo como dantes

O partido do senhor presidente relativo do Conselho ganhou as eleições. Parabéns. Perdeu votos, perdeu deputados e perdeu a maldita maioria absoluta.
A vitória do partido do senhor presidente relativo do Conselho com maioria relativa não vai mudar nada neste sítio cada vez mais pobre, muito manhoso, cheio de mentirosos, recheado de larápios e obviamente cada vez mais mal frequentado. É natural que hoje muitos indígenas estejam com uma enorme ressaca. Professores, funcionários públicos, agricultores, desempregados sem qualquer subsídio, os novos pobres e os pobres envergonhados.
A economia está de rastos, o endividamento disparou, o défice das contas públicas vai atingir valores inimagináveis e o partido do senhor presidente relativo do Conselho já mostrou que é incapaz de resolver os problemas estruturais do sítio. Engane-se pois quem pensa que a perda da maioria absoluta irá provocar uma mudança de estilo e de políticas. Engane-se quem pensa que a perda de votos e deputados do partido do senhor presidente relativo do Conselho irá torná-lo mais dialogante, menos arrogante, menos autoritário, menos vingativo, mais amigo das liberdades.
O senhor presidente relativo do Conselho não muda de estilo e muito menos de carácter. Pior. Com maioria relativa na Assembleia da República irá entrar no jogo da chantagem com as forças políticas à esquerda e à direita na esperança de que alguém o derrube e provoque eleições antecipadas, o melhor caminho para recuperar a maioria absoluta de 2005. Com maioria relativa e com as forças políticas adversárias com medo de o derrubarem, o senhor presidente relativo do Conselho vai dedicar-se a outra tarefa que já marca a sua agenda política há mais de ano e meio.
Vai, obviamente, prosseguir com grande tenacidade a guerrilha contra o Presidente da República e, se puder, intensificá-la já com as Presidenciais de 2011 no horizonte. O senhor presidente relativo do Conselho não vai descansar enquanto não conseguir uma maioria, um Governo e um Presidente. E como não costuma olhar a meios para atingir os seus fins, o sítio vai viver momentos cada vez mais asfixiantes. E quem lhe andou a fazer a vida negra nestes quatro anos e meio vai pagar com juros a ousadia.
O senhor presidente relativo do Conselho não esquece, não perdoa e gosta imenso de se vingar a preceito de quem ousa fazer-lhe frente. E assim o sítio lá vai cantando e rindo das suas desgraças.
António Ribeiro Ferreira, Jornalista do C Manhã

Já dizia o outro: «Cada povo tem o governo que merece»...

Jorge Bukay - Tempo vivido

"Esta é a história de um homem a quem eu definiria como um pesquisador. Um pesquisador é alguém que busca; não necessáriamente alguém que encontra. Tão pouco é alguém que, necessáriamente, saiba o que anda a buscar. É simplesmente alguém para quem a vida é uma busca.
Um dia, o pesquisador sentiu que devia ir até à cidade de Kamir. Tinha aprendido a respeitar rigorosamente aquelas sensações que vinham de um lugar desconhecido de si mesmo. Por isso deixou tudo e partiu. Depois de dois dias de marcha pelos caminhos empoeirados, avistou, ao longe, Kamir. Um pouco antes de chegar à povoação, chamou-lhe vivamente a atenção uma colina à direita da azinhaga. Estava atapetada de um verde maravilhoso e tinha uma grande quantidade de árvores, pássaros e flores encantadores. Estava inteiramente rodeada por um pequeno muro de madeira brilhante. Uma portazinha de bronze convidava-o a entrar. Sentiu logo que o povoado lhe fugia da memória e sucumbiu à tentação de descansar por um momento naquele lugar.
O pesquisador ultrapassou o portal e começou a caminhar lentamente por entre as pedras brancas que estavam dispostas ao acaso por entre as árvores. Deixou que os seus olhos se pousassem como borboletas em cada pormenor daquele paraíso multicolor. Os seus olhos eram os de um pesquisador e foi talvez por isso que descobriu aquela inscrição sobre uma das pedras: Abdul Tareg, viveu 8 anos, 5 meses, duas semanas e 3 dias.
Ficou um pouco surpreendido ao dar-se conta de que aquela pedra não era simplesmente uma pedra: era uma lápide. Sentiu pena ao pensar que um menino de tão tenra idade estava enterrado naquele lugar. Olhando á sua volta, o homem deu-se conta que a pedra ao lado também tinha uma inscrição. Aproximou-se para a ler.
Dizia: Yamir Kalib, viveu 5 anos, 8 meses e 3 semanas. O pesquisador sentiu-se terrivelmente comovido. Aquele lindo lugar era um cemitério e cada pedra era uma campa. Começou a ler as lápides uma por uma. Todas tinham inscrições semelhante: um nome e o tempo exacto de vida do morto. Mas o que o enleou de espanto foi comprovar que aquele que tinha vivido mais tempo mal ultrapassava os onze anos...Paralizado por uma dor terrível, sentou-se e pôs-se a chorar.
O encarregado do cemitério passava por ali e aproximou-se. Observou-o a chorar durante algum tempo em silêncio e perguntou-lhe logo a seguir se chorava por algum familiar. Não, não é por nenhum familiar disse o pesquisador.
- Que se passa nesta povoação? Que coisa horrível acontece nesta cidade? Porque é que há tantas crianças enterradas neste lugar? Qual é a maldição horrível que pesa sobre estas pessoas, que as obrigou a construir um cemitério de crianças?
O ancião sorriu e disse:- O senhor pode tranquilizar-se. Não existe uma tal maldição. O que acontece é que temos um costume antigo. Vou contar: « Quando um jovem completa quinze anos, os seus pais oferecem-lhe um livrete como este que tenho aqui, para que o pendure ao pescoço. É tradição entre nós que, a partir deste momento, de cada vez que alguém desfrute de alguma coisa, abra o livrete e anote nele: À esquerda, o que foi desfrutado. À direita, quanto tempo durou o prazer. Conheceu a sua noiva e enamorou-se dela. Quanto tempo durou essa paixão enorme e o prazer de a conhecer? Uma semana? Duas? Três semanas e meia...? E depois, a emoção do primeiro beijo... Quanto durou? O minuto e meio do beijo? Dois dias? Uma semana? E a gestação e o nascimento do primeiro filho...? E as bodas dos amigos? E a viagem mais desejada? E o encontro com o irmão que regressa de um país longinquo? Quanto tempo durou o disfrutar dessas situações? Horas? Dias? Assim vamos anotando no livrete cada momento que desfrutamos...Cada momento.

Quando alguém morre, é nosso costume abrir o seu livrete e somar o tempo em que sentiu prazer para o escrever sobre a sua campa. Porque é esse quanto a nós o único e verdadeiro TEMPO VIVIDO.»"
in "Contos para pensar - Jorge Bukay"

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PS só governará 2 anos...

Embora seja um cenário já apontado por diversos analistas políticos, aqui vai a opinião de um Socialista veterano. Entevista de J Cravinho à TSF:

Para João Cravinho, o acto eleitoral de domingo foi o início de uma eleição «a duas voltas», já que «é plausível que haja uma nova eleição daqui a dois anos», em 2011, após as presidenciais.
Neste sentido, continuou o ex-deputado socialista, o PS foi «afortunado» ao vencer as legislativas de domingo, beneficiando também do facto de Ferreira Leite, presidente do PSD, ter dado «tiros de canhão no seu próprio pé».
Para o antigo governante, as ideias de credibilidade e de verdade destruíram a campanha social-democrata, que foi ainda prejudicada por Cavaco Silva, que «geriu desastrosamente o problema das escutas».
Por outro lado, defendeu, o líder do CDS-PP, Paulo Portas, «fez uma excelente campanha».
«Há vários ministros que fizeram um bom desempenho», pelo que deverão continuar no poder, como é o caso do titular da pasta das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou.

Sócrates


Reminiscências da "Mocidade Portuguesa" ou um aviso do que nos espera daqui para a frente?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Estamos prontos?

Gosto dos novos cartazes do Bloco de Esquerda. "Estamos prontos", lê-se nos ditos, e depois vemos a rapaziada toda, sorridente e confiante.

A ideia é simples: depois de domingo, o Bloco está pronto para deixar de ser treinador de bancada e passar directamente para dentro do relvado, governando ou apoiando quem governa. E esse encantador cenário só será possível se o PS, como se presume, vencer sem maioria absoluta e estiver disposto a entregar Portugal aos caprichos da extrema-esquerda, cujo programa eleitoral chega e sobra para espatifar qualquer país. É nessa possibilidade que os portugueses devem pensar, sabendo que um voto no PS será, indirectamente, um voto em Louçã. E um regresso ao passado glorioso do PREC, feito de ódio à liberdade e à criação de riqueza. Eles estão prontos para isso. Estaremos nós?

João Pereira Coutinho, Colunista in Correio da Manhã

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Justiça em Portugal

Justiça: Magistrado do processo Casa Pia com carreira congelada. Ver AQUI
in Correio da Manhã


Pois, agora são os juízes. É altura de relembrar Maiakovsky. Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenine… escreveu, ainda no início do século XX :

Na primeira noite, eles aproximam-se
e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

sábado, 19 de setembro de 2009

Medo do passado

"O único medo que sinto é o do regresso ao passado”, diz Sócrates num almoço do PS em Buarcos (Figueira da Foz).

É claro!!! Quem chegou a 1º Ministro, por artes mágicas, é natural que tenha medo de voltar a ser o Engenheiro técnico na Covilhã, que foi no passado...

Cuba - Decadência

Vídeo feito clandestinamente em Cuba e passado para fora, do mesmo modo clandestino. Façamos votos para que o autor continue vivo e em liberdade.

SÓCRATES PRESSIONA HÁ ANOS

Rui Costa Pinto lança denúncias em biografia não-autorizada de José Sócrates
"O que mais me surpreende no carácter de José Sócrates é a sua bipolaridade. Não se distingue nele a faceta pública da privada, o homem e o líder. O que é raro num político", afirma ao 'Correio da Manhã' Rui Costa Pinto, autor da biografia não-autorizada que na segunda-feira chega aos escaparates.No livro, o ex-jornalista relata "os telefonemas, as ameaças e as pressões" até "altas horas da madrugada sobre ‘O Independente’, quando, em Janeiro de 1999, o semanário quis publicar uma notícia sobre o polémico caso do aterro da Cova da Beira. Era José Sócrates secretário de Estado do Ambiente e principal responsável político pelo lançamento do projecto. "O resultado foi surpreendente: a notícia, já paginada, foi adiada. Há dez anos, José Sócrates já era assim", recorda Rui Costa Pinto.
O livro, de 264 páginas, está divido em quatro partes: Ascensão, Glória, Queda e Resistência.
"Não é uma biografia convencional centrada em aspectos pessoais, mas sim no percurso político de José Sócrates, sempre marcado por denúncias anónimas", explica o autor e editor do título.
In "Jornal do Pau para toda a Obra"

Que pena que o "ego" o ultrapasse em tamanho. Até podia ter sido alguém... se não fosse tão pequenino de idéias!

ArteMar

















Exposição de escultura em exibição no Passeio marítimo de Cascais (vulgo Paredão)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Juiz Rui Teixeira tem carreira estagnada

Juiz Rui Teixeira tem carreira estagnada devido ao processo Casa Pia
A carreira do juiz Rui Teixeira estará a ser prejudicada por ter sido o juiz de instrução do processo Casa Pia. Todos os magistrados judiciais são avaliados de 4 em 4 anos. Mas a última avaliação de Rui Teixeira foi feita em 2001. Desde então o magistrado voltou a ser inspeccionado com classificação de muito bom mas três conselheiros do Conselho Superior da Magistratura, nomeados pelo Partido Socialista, não concordam com a nota que lhe foi atribuída.
In SIC on line

Viva a democracia. Bem dizia o "Jorge Coelhone" que iam partir os dentes a toda a gente que lhes tocasse nos interesses. Aí está: Licenciatura, Casa Pia, Freeport, etc... Quem se mete com "eles", leva!!!

Cada tiro, cada melro...

José Sócrates, justificou a sua entrada no PSD por a designação do mesmo, ser Partido SOCIAL DEMOCRATA. Isto foi, segundo o próprio em 1974 e saiu 1 ano... depois, em 1975. Engraçado é que o PPD (Partido POPULAR DEMOCRÁTICO) que nasceu em 1974, só adoptou a designação PSD (Partido SOCIAL DEMOCRATA) em 1976 ou seja, 1 ano após a sua saída.
In Blog "Pau para toda a obra"

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Violinista no telhado



Um dos filmes musicais que mais marcaram a minha juventude, protagonizado por Topol.

Desespero socialista

Desesperados com o cepticismo dos portugueses face ao TGV, que lhes poderá custar votos e até a eleição no próximo dia 27, os socialistas acenam com o perigo de Portugal ficar sem acesso aos fundos comunitários, o número impressiona, são mais de 300 milhões de Euros que o país perde se decidir recuar no faraónico projecto da dupla Sócrates & Lino. Convenientemente omitem, o que não surpreende, a mentira faz parte do ADN deste governo, que os fundos comunitários representam cerca de 1/5 do orçamento previsto, os restantes 4/5 saem do bolso do contribuinte, acrescido dos custos com derrapagens, juros e imprevistos, que sempre acontecem nas obras públicas em Portugal.

António de Almeida in blog "Direito de Opinião"

Cinquenta mil empresas dissolvidas em 12 meses


Mais de 33 mil novas sociedades foram constituídas até Agosto último .
A falência atingiu 50 583 empresas entre Agosto último e o igual mês de 2008. No mesmo período, constituíram-se 33 665. Contas feitas, Portugal perdeu 16 918 empresas. Indústrias com custos fixos elevados terão sido as maiores vítimas. (Ver mais)

PEDRO ARAÚJO in JN

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Patrick Swayze



Patrick Swayze dançando com a esposa, Lisa Nieme a música "All The Man That I Need" em homenagem à vencedora de vários prémios Whitney Houston, no World Music Awards 1994

Faleceu Patrick Swayze

Nunca parou de fazer filmes. Doente, com um cancro no pâncreas desde há um ano em meio, o actor de "Dirty Dancing" insistiu em trabalhar até ao fim numa série televisiva. Morreu 2ª feira dia 14, aos 57 anos.

Nascido a 18 de Agosto de 1952, em Houston, Patrick Swayze era filho de uma professora de dança, Patsy, que nos anos 80 haveria de coreografar, para John Travolta, as sequências de dança do filme "Urban Cowboy" (1980). O pai, Jesse Wayne Swayze, era alcoólico e morreu em 1982 (Patrick também viria, durante um período da sua vida, a ter problemas com o álcool).

O facto de dançar na escola de ballet da mãe tornava-o alvo da chacota dos outros miúdos na escola, mas, conta o "Washington Post", "ele batia-lhes, com a aprovação da mãe". Em 1975 casou com a sua namorada de adolescência, Lisa Niemi - um namoro que começou quando ele tinha 18 anos e ela 15, e que durou até à morte do actor.

A carreira no cinema começou em 1979 com o filme "Skatetown, USA", mas Swayze só se tornou conhecido na década seguinte com o papel de Johnny Castle, o professor de dança que se apaixona pelo seu par, a tímida filha de um casal que está a passar férias num hotel. O filme teve um enorme sucesso de bilheteira, e tornou Swayze - que, além de dançar, canta a canção "She's Like the Wind" - o ídolo das adolescentes no final dos anos 80.

Apesar de ter entrado em vários outros filmes entretanto, o outro momento marcante da sua carreira surgiu com "Ghost", em que faz o papel de um bancário que é assassinado durante um assalto e que, do "além", ajuda a sua mulher (interpretada por Moore) a descobrir o crime, com a ajuda de uma médium (Whoopi Goldberg).

Ao saber da morte de Swayze, Whoopi, que sempre lhe agradeceu por a ter ajudado a conseguir o Óscar de Melhor Actriz Secundária por "Ghost", recordou-o como "um homem verdadeiramente bom, um homem engraçado". E acrescentou: "Acredito na mensagem de ‘Ghost,' por isso acredito que ele estará sempre próximo".

In "Ípsilon-Público"

Um dos meus ídolos, já não própriamente da juventude, principalmente em musicais, faleceu aos 57 anos com a maldita doença dos séc XX e XXI, o cancro. Num mundo onde se gastam fortunas a pagar a jogadores de futebol e a meninas para aparecerem nuas em revistas, ainda se não conseguiu erradicar o "cancro". Irónico.

The 40's

As "ROSS SISTERS" (Aggie, Maggie e Elmira - nomes artísticos) no quadro "Solid Potato Salad" do filme "Broadway Rhythm" em 1944, dançando de um modo que parece humanamente impossível, numa altura em que não havia efeitos especiais nem computadores. Os verdadeiros nomes das irmãs eram: Vicky, Dixie e Betsy Ross.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Estradas inteligentes: o princípio do fim do asfalto

Imagine uma estrada feita de painéis solares, que se adapta às condições do trânsito e onde as pinturas são substituídas por pequenas lâmpadas led, que têm a vantagem de manter a estrada iluminada durante a noite. O protótipo já existe e a empresa que o fabricou até recebeu financiamento público dos Estados Unidos.O modelo de pavimento também pode ser aplicado a parques de estacionamento a céu aberto. A Solar Roadways, empresa que fabricou o protótipo, diz que o seu modelo de estrada permite ainda detectar a presença de animais na estrada e advertir atempadamente os condutores para que reduzam a velocidade. Outros sensores permitem à estrada derreter neve e gelo, para tornar a condução mais segura. Outra das vantagens apontadas pela empresa é a possibilidade de os veículos eléctricos se auto-recarregarem à medida que viajam nestas estradas, reduzindo assim a necessidade de grandes baterias e permitindo uma autonomia muito maior destes carros.
Marcos Dinis Santos in Jornal i

CERTEZAS

Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando. Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim... Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... E que esse momento será inesquecível.. Só quero que meu sentimento seja valorizado.

Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre... e que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena!!!

Mário Quintana

sábado, 12 de setembro de 2009

Pensamento/ Reflexão

A Grandiosidade do Homem Depende da Mulher, mas Só Enquanto não a Possui...
O homem deve à mulher tudo quanto fez de belo, de insigne, de espantoso, porque da mulher recebeu o entusiasmo; ela é o ser que exalta. Quantos moços imberbes, tocadores de flauta, não celebraram já o tema? E quantas pastoras ingénuas não o ouviram também? Confesso a verdade quando digo que a minha alma está isenta de inveja e cheia de gratidão para com Deus; antes quero ser homem pobre de qualidades, mas homem, do que mulher - grandeza imensurável, que encontra a sua felicidade na ilusão. Vale mais ser uma realidade, que ao menos possui uma significação precisa, do que ser uma abstracção susceptível de todas as interpretações. É, pois, bem verdade: graças à mulher é que a idealidade aparece na vida; que seria do homem, sem ela? Muitos chegaram a ser génios, heróis, e outros santos, graças às mulheres que amaram; mas nenhum homem chegou a ser génio por graça da mulher com quem casou; por essa, quando muito, consegue o marido ser conselheiro de Estado; nenhum homem chegou a ser herói pela mulher que conquistou, porque essa apenas conseguiu que ele chegasse a general; nenhum homem chegou a ser poeta inspirado pela companheira de seus dias, porque essa apenas conseguiu que ele fosse pai; nenhum homem chegou a ser santo pela mulher que lhe foi destinada, porque esse viveu e morreu celibatário. Os homens que chegaram a ser génios, heróis, poetas e santos cumpriram a sua missão inspirados pelas mulheres que nunca chegaram a ser deles.
Se a idealidade da mulher fosse positivamente, e não negativamente, um factor de entusiasmo, inspiratriz seria a mulher à qual o homem, casando, se unisse para toda a vida. A realidade fala-nos, porém, outra linguagem. Quero dizer que a mulher desperta, sim, o homem para a idealidade, mas só o torna criador na relação negativa que mantém com ele. Compreendidas assim as coisas, poderá efectivamente dizer-se que a mulher é inspiradora, mas a afirmação directa não passa de um paralogismo em que só a mulher casada pode acreditar. Quem ouviu alguma vez dizer que uma mulher casada tivesse conseguido fazer do marido um poeta? A mulher inspira o homem, sim, mas durante o tempo que for vivendo até a possuir. Tal é a verdade que está escondida na ilusão da poesia e da mulher. Que o homem não possua a mulher, isso é o que pode ser entendido de várias maneiras. Ou está ainda na luta para a conquistar, e assim se disse que a donzela entusiasmou o amante a ponto de fazer dele um cavaleiro, mas nunca se ouviu dizer que um homem se tornasse valente por influência da mulher com quem casou. Ou está convencido de que nunca lhe será possível casar com ela, e assim se diz que a donzela entusiasmou e despertou a idealidade do amante que se manifestou capaz de cultivar os dons espirituais de que porventura era portador. Mas uma esposa, uma dona de casa, tem tantas coisas prosaicas com que se preocupar, que nunca desperta no marido a idealidade.
Soren Kierkegaard, in "O Banquete" (excerto)

Teus Olhos Entristecem

Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.

Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.

Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.

Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.

Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Bater na madeira

Alberto João Jardim: humano ou extraterrestre? Boa pergunta. No debate entre Jerónimo de Sousa e Manuela Ferreira Leite, o primeiro avançou com a resposta.
Os madeirenses têm formas humanas e provavelmente são humanos. Ele próprio andou por lá e nunca vislumbrou anomalias democráticas naquele nobre e amado povo. Mas Alberto João é outra história. Alberto João, presume-se, aterrou certo dia na ilha, vindo directamente do espaço. E por lá ficou, sugando a inteligência dos nativos.
Esta caridosa tese, repetida até à náusea pela esquerda continental, não é apenas de uma invulgar violência antidemocrática. É, pior do que isso, uma forma soez de reduzir os madeirenses a puros mentecaptos, retirando-lhes qualquer autonomia ou dignidade.
Resta esperar que os madeirenses não se esqueçam do tratamento e, dia 27, votem em conformidade. Como, aliás, sempre votam.
João Pereira Coutinho, Colunista in CManhã

Itália - Anos 60


MusicPlaylist
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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Portugal amordaçado

-É totalmente inconcebível e absurdo, mas aconteceu, em Setembro de 2009 um órgão de soberania mandou retirar das livrarias um livro, com vista a impedir a divulgação das teses incluídas no seu conteúdo. Não mudámos assim tanto no último meio século.
António de Almeida in "Direito de Opinião"

E a sanha persecutória continua...

Sócrates "O Filósofo"

«A Democracia coloca os homens em posição de autoridade não por causa da sua sabedoria ou do seu talento para governar, mas devido à sua capacidade de influenciar as massas com retórica vazia»
Sócrates (390 Ac)

Agora entendi. Já naquela altura, há 2400 anos, o que interessava não era a verdade mas as relações públicas, agora chamados de "marketeers", "spin-doctors", e afins, mas disso sabe até à exaustão o novo Sócrates. Não desmerece o nome...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Balzac - Citação

"Por trás de uma grande fortuna está um grande crime".
Honoré de Balzac

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Lacão

"Nós somos democratas e tolerantes, mas não nos peçam para ser parvos", avisou Lacão.

E é preciso pedir????

Memórias de um guerilheiro cubano desconhecido

“Eu sou só um ser humano que se criou e se formou entre corruptos, imodestos e modernos corsários que julgaram ser bravos, justos e guardiães da honra, porém esqueceram de calar em frente aos meninos. Porque este menino cresceu admirando esses vícios heróicos e vandalistas que nosso líderes louvaram, fazendo-me acreditar que um assalto a um quartel, em um país com leis, pode ser uma coisa justa. Fazendo-me ver que subverter um país com ideias estrangeiras, usando métodos ilegais, era algo necessário. Fazendo-me ver que os problemas do estado são solucionados mais fácilmente se repelimos nosso próprios cidadãos. Fazendo-me ver que repudiar, desprestigiar, pisotear, golpear, cuspir ou encarcerar era uma boa opção para aqueles que não pensam como o sistema exige. Fazendo-me ver que o povo é uma massa amorfa e distante, que se tem em conta de um palanque para elogiá-la um pouco, incitá-la outro tanto e logo regressar ao ar condicionado. Fizeram-me ver tantas e tantas coisas que terminei confundido como milhões de cubanos que não sabemos a diferença exata entre o bem e o mal”.

Excerto do Livro "Memórias de um guerrilheiro cubano deconhecido" de Juan Juan Almeida, publicado por Yoni Sanchez no Seu Blog "Generacion Y". A "nomenklatura" cubana vista por dentro (por quem esteve de um lado e agora está do outro, por ter caído em desgraça)

domingo, 6 de setembro de 2009

Ao beija-mão de um terrorista...

Mete nojo que ministros europeus se tenham deslocado à Libia para participar nas celebrações de 40 anos no poder do terrorista Kadhafi.
A presença de Luis Amado envergonhou-nos.
Não há interesses económicos ou outros que o justifiquem.
Ana Gomes in Causa Nossa

Quer isto dizer que, para Ana Gomes, o problema não é o facto de o ainda Ministro Luís Amado ter ido ao beija-mão a Kadhafi, o problema é que «não há interesses económicos ou outros que o justifiquem». Havendo esses interesses já podia haver beijinhos e abraços a um dos maiores fomentadores do terrorismo mundial. Que grande moral !!!

Gotan Project

Para esquecer um pouco a porcaria que vai por este país, um projecto novo do "velho" tango.

Dizem que é uma espécie de campanha negra

As suspeitas que recaem sobre o primeiro-ministro até poderão vir a ser consideradas sem fundamento, mas a verdade é que a TVI não inventou nada, o inquérito existe em Inglaterra, por cá é que esteve parado durante anos, as cartas rogatórias foram enviadas, o DVD onde Charles Smith presta aquelas declarações não foi uma montagem, os primos foram mencionados no processo. Para cúmulo, até Pedro Silva Pereira, o ministro mais próximo de José Sócrates irá ser chamado a prestar declarações. Podem não gostar do estilo de Manuela Moura Guedes, mas em que país do mundo, este caso não mereceria tratamento jornalístico? Na Venezuela? Calem-se com a teoria da cabala ou campanha negra, ganhem juízo e vergonha na cara.

António de Almeida in Blog "Direito de Opinião"

sábado, 5 de setembro de 2009

CITIUS, ALTIUS, FORTIUS, SOCRATIUS

«Não fazer desporto não faz parte do Portugal moderno», decretou o nosso amado líder, dando como exemplo ele próprio, um conhecido amante mundial de corridinhas em recintos abertos ou fechados de propósito para ele correr. O que é que ainda faltará para "homogeneizar" isto mais do que já está? Vamos seguir o conselho do querido chefe não vá ele acusar-nos de "maledicência", o que, no "democrático" jargão da criatura, quer dizer oposição. Corramos com ele no dia 27.

Publicada por João Gonçalves in Portugal dos Pequeninos

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ana Carolina - Só de "sacanagem"

Soma e segue...

Gabinete de José Sócrates acusado de ameaçar gestor do PSD

A denúncia é feita pelo advogado Jorge Bleck ao "Jornal de Negócios", que refere que “houve abordagens do gabinete de Sócrates para que Alexandre Relvas "medisse bem o que dizer" no seu discurso de apresentação como presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, no Outono do ano passado.
A informação foi desmentida ao próprio jornal por fontes do gabinete do primeiro-ministro, enquanto Alexandre Relvas, também presidente da empresa Logoplaste, ainda não confirmou nem desmentiu a acusação.
Segundo a denúncia do conhecido advogado de Lisboa, e citando o jornal, “essas pessoas próximas do primeiro-ministro disseram-lhe que convinha ser moderado”, lembrando a ligação da Logoplaste à REN, refere o Jornal.
Jorge Bleck defende, em declarações ao mesmo jornal, que “os agentes económicos não são livres porque, se opinam num determinado sentido, o negócio não vem”, considerando que, na origem desse facto, está o “excessivo peso do Estado na economia”.

A acusação, feita a 25 dias das eleições legislativas, está a gerar polémica.
Por Rosa Soares - Jornal Público

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Poesia satírica Portuguesa

Enquanto despia o fraque
junto ao leito de noivado,
escapuliu-se-lhe um traque
de timbre aclarinetado...

A noiva olhou-o de lado,
e pôs-se, com ar basbaque,
a remirar o bordado
das botinas de duraque...

Houve, após esse momento,
naquela noite de gala,
um duplo constrangimento.

E o noivo disse-lhe então:
"Oh filha, cu que não fala
é cu sem opinião...."

"Noite de Núpcias"de Natália Correia in "Antologia"

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Rentrées do PS e PSD

(...)Se o tópico de união das rentrées do PS e do PSD era a juventude, os cenários não podiam ser mais distintos: depois da semana de acampamento, com muitos concertos e alguns debates, a JS fechou a festa com um comício ao ar livre, entre Luís Represas e os GNR. A JSD passou a semana em formação política na universidade de Verão, com as aulas de Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Paulo Rangel, Paula Teixeira da Cruz, entre outros, numa sala do hotel Sol e Serra em Castelo de Vide. E foi esse o cenário do arranque da campanha da líder. Pedro Rodrigues, o líder da JSD, tentou mostrar o contraste entre os bons alunos do partido e "os jovens da JS que foram para uma praia fazer campismo e dançar ao som da música do engenheiro Sócrates".(...)
In Jornal I.

Por aqui se vê a diferença entre PS e PSD e o "forrobodó" que continuará a ser se houver uma vitória do PS nas próximas eleições.

Encerramento da Universidade de Verão

Mais dívidas, mais pobreza e mais injustiça social. Foi desta forma que a presidente do PSD resumiu os efeitos dos quatro anos e meio de governação socialista. Manuela Ferreira Leite acusou também o primeiro-ministro, José Sócrates, de ter transformado o Estado numa “máquina ao serviço do poder” e de apenas ter sacudido o país com uma “tempestade de pretensas reformas”. Sobre o programa social-democrata, explicou que o principal objectivo será reduzir o peso do Estado. Palavras de Manuela Ferreira Leite no encerramento da Universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide

Sarkozy e a "esquerda caviar"

« Não vamos permitir a mercantilização de um mundo onde não há lugar para a cultura: desde 1968 não se podia falar da moral. Haviam-nos imposto o relativismo.
A idéia de que tudo é igual, o verdadeiro e o falso, o belo e o feio, que o aluno vale tanto quanto o mestre, que não se pode dar notas para não traumatizar o mau estudante.

Fizeram-nos crer que a vítima conta menos que o delinqüente. Que a autoridade estava morta, que as boas maneiras haviam terminado. Que não havia nada sagrado, nada admirável.

Era o slogan de maio de 68 nas paredes de Sorbone: 'Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar'.Quiseram terminar com a escola de excelência e do civismo. Assassinaram os escrúpulos e a ética.

Uma esquerda hipócrita que permitia indemnizações milionárias aos grandes executivos e o triunfo do predador sobre o empreendedor. Esta esquerda está na política, nos meios de comunicação, na economia. Tomou o gosto do poder.

A crise da cultura do trabalho é uma crise moral. Vou reabilitar o trabalho.

Deixaram sem poder as forças da ordem e criaram uma farsa: 'abriu-se uma fossa entre a polícia e a juventude'. Os vândalos são bons e a polícia é má. Como se a sociedade fosse sempre culpada e o delinqüente, inocente.

Defendem os serviços públicos, mas não usam o transporte coletivo. Amam tanto a escola pública, e os seus filhos estudam em colégios privados. Dizem adorar a periferia e jamais vivem nela.

Assinam petições quando se expulsa um invasor de moradia, mas não aceitam que o mesmo
se instale em sua casa. Essa esquerda que desde maio de 1968 renunciou ao mérito e ao esforço, que atiça o ódio contra a família, contra a sociedade e contra a República.

Isto não pode ser perpetuado num país como a França e por isso estou aqui. Não podemos inventar impostos para estimular aquele que cobra do Estado sem trabalhar. Quero criar uma cidadania de deveres.

“Primeiro os deveres, depois os direitos." »
Nicolas Sarkozy

O texto acima é do discurso de posse do presidente francês Nicolas Sarkozy - sempre actual - dando um recado aos que se acostumaram a viver como proxenetas de um discurso esquerdista e que sempre alimentou os que não sabem pensar por conta própria.
Até parece que Sarkozy falou para os nossos intelectuais e para a nossa esquerda caviar. O intelectual português esquerdista ama Cuba e fala das maravilhas da ilha do Dr. Castro, mas as férias são passadas no Brasil, em Miami ou nas Seischelles.

sábado, 29 de agosto de 2009

Pina Moura diz...

Pina Moura diz que PSD tem programa “mais duro e mais focado” que o do PS
Joaquim Pina Moura, ex-ministro das Finanças do Governo de António Guterres, disse ao semanário “Expresso” que considera o programa eleitoral do PSD “mais duro e mais focado” do que o do PS.Nas palavras do ex-ministro ao semanário, o PSD apresentou um documento “clarificador” e “divisor de águas” e que tem como base a “assunção de que os recursos são escassos”. Pina Moura defende que não se pode continuar a deixar crescer a despesa pública.“Por muito que o PS tenha feito nas políticas sociais, e fê-lo desde 1995, com os governos de António Guterres, há um limite que decorre da escassez de recursos disponíveis que torna incomportável a continuação do crescimento da despesa pública”, avisou Pina Moura ao “Expresso”.
In PÚBLICO 29.08.2009

Destas declarações fica-me a dúvida se estamos a ouvir um "arrependido" por ter ajudado a desbaratar o erário no tempo de Guterres, a tentar branquear-se ou é mais uma "rolha" que pressentindo a vitória do PSD nas próximas eleições já se prepara para cavalgar a onda que se aproxima.