domingo, 31 de maio de 2009

Lei do Amor

«Não troques quem amas por quem desejas, pois quem desejas acabará por trocar-te por quem ama»
LÁZARO
Paris, 1862

Isto de não ser de esquerda

Os caminhos da liberdade são muitos e misteriosos. Mas talvez só à direita se possa perceber isso. Fui para a direita para ser livre.

Cresci num país "a caminho do socialismo". O governo era de esquerda, os meus pais eram de esquerda, os professores no liceu eram de esquerda, os jornais eram de esquerda, os cantores da moda eram de esquerda, os militares eram de esquerda, os bispos eram de esquerda e até os partidos ditos de "direita" também eram de esquerda (do "centro-esquerda"). Aqueles que viveram nesse Portugal de há trinta anos sabem do que falo. O ar cheirava a esquerda e parece-me que até a comida sabia a esquerda. A sabedoria, o talento e a bondade só podiam ser de esquerda. A esquerda era o bem. Ser de esquerda era estar salvo, redimido de todos os pecados, isento de todas as dúvidas, dispensado de todas as reflexões. O respeitinho era de esquerda. Num país assim, era talvez fatal que a perversidade inerente à adolescência me levasse a acreditar que nada do que me fascinava pudesse ser de esquerda. Henry James, Borges, Nabokov não eram de esquerda. Os Estados Unidos não eram de esquerda. A rapariga mais bonita do liceu também não era, aparentemente, de esquerda.
O que era não ser de esquerda?Era ler os poemas de Fernando Pessoa sem os reduzir à "expressão da angústia de classe da burguesia". Era reconhecer que o Natal não era quando um homem quisesse ou que o mundo não pulava e avançava como bola colorida nas mãos de uma criança. Era chamar as coisas pelos nomes e perceber os limites de tudo. Era aceitar o pluralismo e a contradição como características permanentes da humanidade, e não como imperfeições para serem passadas a ferro pela planificação científica da sociedade. Não ser de esquerda era compreender que Cuba era uma ditadura, ponto final. Onde tudo começouEis como fui parar à direita - um lado que, depois da revolução, era como aqueles descampados entre prédios onde brincávamos em miúdos: um espaço vago, sem organizações, sem hierarquias, sem rituais, sem dogmas, sem líderes. Foi por aí que passei a andar, anarquicamente. Se tivesse nascido noutra época, estaria eu noutro lado? Talvez. O ano passado, li um texto em que Bernard Henri-Lévy justificava as suas parcialidades políticas. Descobri, sem espanto, que as razões pelas quais ele diz que é de esquerda são precisamente as mesmas pelas quais eu digo que não sou de esquerda, ou, se preferirem, pelas quais eu estou à direita (não digo "ser de direita", porque esse é um ponto de vista da esquerda). Resumo: ele fez-se de esquerda para ser livre; eu fui para a direita pela mesma razão. Os caminhos da liberdade são muitos e misteriosos. Mas talvez só à direita se possa perceber isso.
Por Rui Ramos (Historiador) in Jornal I

Eu não o diria melhor. A esquerda ainda não percebeu que, com a demagogia, altivez e prepotência que lhe são inerentes, está a empurrar a juventude portugusesa para a chamada (?) Direita... E essa juventude vota!


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quimica-Solução

Na prova do Curso de Quimica foi feita a pergunta:
Qual a diferença entre solução e dissolução?

Resposta de um aluno:
Colocar um dos nossos políticos num tanque de ácido, para que dissolva é uma dissolução.
Mas, se colocar todos, é uma solução.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

The Good the Bad the Ugly - The Ukeleles

The Lion King



Se eu fosse inteligente, não estaria vivendo entre os humanos, mas sim entre os animais...

Hugo Leandro Ribeiro Vianna

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Jornal Nacional da TVI

O Jornal Nacional da TVI tem muitos defeitos, mas pelo menos tem uma independência e uma capacidade de incomodar que advém da mais preciosa das liberdades: a das empresas que têm sucesso, dão dinheiro, e não precisam dos favores do Estado. Em Portugal, infelizmente, isso é um bem raro. Convém proteger os casos que existem.
João Miguel Tavares in DN

Plenamente de acordo. O que deveria estar em causa não é MMGuedes, mas o Jornal Nacional da TVI, ver Artigo completo, que é o único que põe o dedo na ferida, quando é preciso, com coragem e sem medo. Um oásis no deserto em que se transformou o jornalismoportuguês.

Oliveira e Costa ou os infortúnios da fortuna

Oliveira e Costa, o velho chefe do BPN, regressa à comissão parlamentar presidida pela improvável Maria de Belém. Parece que pretende falar sem comprometer o segredo de justiça. Faz bem. Senão qualquer dia acontece-lhe como àquele comerciante que, no "antigamente", estava numa "casa de meninas" quando houve uma rusga. Pedida a identificação dos presentes, o pobre homem constata, estupefacto, que as "meninas" se declaram cabeleireiras, recepcionistas, manicures, vendedoras, etc., etc. Quando chegou a sua vez, virou-se para os polícias e disse: "Olha-me esta, querem ver que agora a puta sou eu?"
João Gonçalves in Blog "Portugal dos pequeninos"

The Beatles

terça-feira, 26 de maio de 2009

Balde e Caneca no paraíso cubano

Debaixo da pia descansa o balde plástico com que se banha toda a família. Faz mais de vinte anos o encanamento desmoronou e para usar o vaso sanitário tem-se que trazer a água de um tanque no pátio. Quando chega o inverno, preparam um banho morno graças ao aquecedor elétrico feito com duas latas de leite condensado. Nenhum dos meninos da casa conhece a sensação do chuveiro caindo sobre seus ombros, pois a água só entra uma vez por semana. Ninguem pode - então - disperdiçá-la numa ducha.
No rítmo da caneca que baixa e sobe se limpam a maioria das pessoas que conheço. A depauperização das redes hidráulicas e os preços excessivos das peças de encanamento contribuem para o estado calamitoso das toilettes. Esse momento íntimo e prazeroso que deve ser o ato de lavar nosso corpo converte-se numa sequência de incômodos para boa parte de meus compatriotas. Ao mal estado da infra-estrutura há que se acrescentar que para comprar shampu e sabão é preciso essa outra moeda com que nos pagam os salários.
Juan Carlos e sua esposa conhecem bem a falta d`água e noites vigiando os canos. Em sua casa o precioso líquido chega a cada sete dias e só tem pressão para sair por uma tubulação junto ao solo. Para este casal, o balde e a caneca são ferramentas imprescindiveis sem as quais não conseguiriam cozinhar, lavar ou limpar a casa. Tantos anos sem poder abrir a pia e enxaguar as mãos os obrigaram a desenvolver uma metodologia que hoje nos exibem nestas imagens. É uma breve demonstração que - no dizer do meu magro amigo - “lhes vão causar riso, porém é patético e trágico o que está ocorrendo em nosso país”.
Yoni Sanchez in Generacion Y (Cuba)

Branco e, sim, africano

Ferreira Fernandes in DN
Paulo Serôdio, de 45 anos, nasceu em Moçambique, numa família portuguesa de três gerações em África. Foi para os Estados Unidos, em 1984, naturalizou-se americano, casou, teve filhos e, já quarentão, decidiu tirar Medicina. Queria trabalhar nos Médicos Sem Fronteiras, no continente onde nasceu. Na Faculdade de Medicina de Nova Jérsei, em Newark, numa aula em que era pedido aos alunos que se definissem culturalmente, Serôdio respondeu: "Afro-americano branco." Uma colega negra insurgiu-se: aquilo era um insulto! E o professor ordenou-lhe que nunca mais se definisse assim. Paulo Serôdio insistiu e foi suspenso da escola - há um processo judicial que corre sobre o assunto (li a história no site da cadeia televisiva americana ABC, alertado por um post, ontem, no blogue Blasfémias). É uma história de ignorância. Do triângulo "africano, americano e branco" é claro que o que incomoda é a junção de africano com branco. Se Paulo Serôdio quiser, serei sua testemunha. E levo uma longa lista de brancos que deram a vida, o trabalho e o amor pela sua pátria africana.

Até hoje também ainda não entendi porque raio de carga de água é que Afro há-de significar negro. E os brancos que tem 4 e 5 gerações nascidas em África!! Serão euro-europeus???

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Jorge Palma

Transformismo

Ana Gomes, a propósito da reeleição do português Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia:"São por isso totalmente ilegítimas e manipuladoras as interpretações que me atribuem a sugestão do nome de António Guterres para, rejeitando Barroso, ir apesar de tudo ao encontro dos sentimentos nacionalistas dominantes. Queridos e queridas cronistas e comentadores: sou completamente imune a patrioteirices dessas. É que eu sei bem que, para efeitos políticos, ser português não basta e sobretudo não salva mesmo nada." - Causa Nossa

A mesma Ana Gomes, sobre a escolha de Frank Gery para remodelar o Parque Mayer:"Senti uma grande fúria quando em Lisboa, por um provincianismo abjecto, se encomendou não se sabe bem o quê ao arquitecto americano [Frank Gery] e quando em Portugal há arquitectos de extraordinária qualidade e reconhecidos internacionalmente." - Público
Rui Castro in "Sábado"

Pois, pois! O problema é que a nossa política está cheia destes "camaleões" e depois... há o "mexilhão"!!!

António Barreto

Todos sentem que o ano foi em grande parte perdido. Pior: todos sabem que a escola está, hoje, pior do que há um ano.
António Barreto in "Público"

Caso Alexandra

Mãe de menina russa pode mesmo ser alcoólica
Alexandra com a cadela Lúcia, sua companheira de brincadeiras
O tablóide Komsomolskaia Pravda descreve hoje um cenário idílico no regresso de Alexandra, a menina de 6 anos retirada a uma família portuguesa de acolhimento para ser entregue a mãe, de nacionalidade russa, mas levanta a suspeita de que esta seja alcoólatra.
Os jornalistas russos foram à aldeia da família de Natália Zarubina para reportarem os primeiros contactos de Alexandra com a população da aldeia natal da mãe.
A jornalista Olga Kuznetsova escreve: “A criança corre para a mãe e oferece-lhe um ramito de flores. Nesse instante, as câmaras de televisão captam essa imagem familiar. A menina estende um raminho à mãe e esta canta-lhe com voz doce: «Minha querida, anda ter com a mãezinha!»”.
Porém, a jornalista sublinha um pormenor que não se enquadra neste cenário: "Tudo aparentemente estava bem: a família juntou-se, todos estavam felizes, a criança estava bem vestida e bonita. Mas... no chão, estava uma garrafa de vodka quase vazia e existe suspeita de que a jovem mamã já tinha tido tempo de prová-la...”
“A gabarolice do irmão André também tresandava a ressaca... Na mesa, havia conservas com que os pais adoptivos portugueses tinham presenteado a menina.. A mamã posava com agrado para as câmaras de vídeo, sendo o quadro decorado por um raminho de flores”, continua a jornalista.
“ A casa dos Zarubin tem o aspecto de uma decoração de cartão de um velho teatro para actores da capital", conclui Olga Kuznetsova.
Quando do processo em tribunal pela custódia da Alexandra, a família portuguesa de acolhimento acusou a mãe biológica de ser “alcoólica”, o que os juízes consideraram não ter sido provado.
Quanto ao futuro, a jornalista Olga Kuznetsova cita as palavras de Natália Zarubina que se diz disposta a trabalhar por poucos cêntimos para sustentar a filha.
“Preciso de tratar da criança, que posso eu fazer?", diz ela, acrescentando: "A minha profissão é costureira, encontrarei trabalho. Antes, eu trabalhava em Iaroslavl. Agora, posso trabalhar em qualquer fábrica, mesmo que por alguns cêntimos. O principal é que consegui o que queria".
Publicado em "I online"

A Justiça portuguesa deve sentir-se muito orgulhosa com mais esta decisão...

sábado, 23 de maio de 2009

Humor judaico

O embaixador de Israel pede a palavra na Assembléia Geral das Nações Unidas e diz: 'Antes do discurso propriamente dito, quero contar uma história. Quando Moisés conduzia o povo judeu depois do êxodo, chegou a um oásis perto da Terra Prometida onde havia um lago maravilhoso, com água fria e cristalina. Moisés despiu-se e mergulhou para se refrescar e recobrar as forças. Ao sair da água, viu que suas roupas tinham sido roubadas.
Irritado, exclamou: 'Com certeza foram os palestinianos!''
Arafat, que se encontra na assembléia, protesta: 'Naquele tempo não havia palestinianos nesta parte do mundo!'
E o embaixador de Israel arremata: 'É justamente por aí que pretendo começar o meu discurso'

Buena Vista Social Club


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M.Pinto na TVI



(...) Daquilo que tenho visto dos jornais de sexta-feira da TVI, penso que os autores tentam reproduzir em televisão o jornalismo do estilo do Independente.
Recuso a ideia, que alguns pretendem fazer passar, de que aquilo é “jornalismo de sarjeta”, e critico o ataque ao direito de perguntar que o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, fez ontem em directo. Quando as pessoas se ofendem muito é porque os jornalistas tocam nos nervos de uma sociedade. O poder tentará limitar a sua acção, pondo em causa a liberdade de informar. São usadas pequenas fórmulas que desacreditam as notícias: “sarjeta”, “situacionista”, as que estão na moda. A profunda crise da imprensa também ajuda. Felizmente, no caso do jornal de sexta-feira, a técnica da contenção parece ter resultados inversos aos pretendidos: o facto é que toda a gente viu a peixeirada de ontem, portanto, toda a gente estava a ver o jornal de Manuela Moura Guedes.
Publicado por Luís Naves in "Corta-fitas.blogs.sapo.pt"

Pois, pois. O Sr Marinho Pinto fala muito bem, quando monologa, o pior é quando tem de responder a perguntas "chatas" ou quando confrontado com o que diz e contradiz, aí... perde as estribeiras, o que para um advogado e bastonário me parece muito mau, mas a isto já estamos habituados pelos nossos poderes... viva a democracia!!!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ramsés II



Berthold Brecht

"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Berthold Brecht (1898-1956)

Humor corrosivo

Sòzinho em casa
Quando José Sócrates acordou, descobriu que estava sozinho no Palácio de S. Bento. Não havia ajudantes de ordens. Não havia ministros, não havia cozinheiros. Nem contínuos, nem mesmo os seus mais fiéis assessores e ministros mais próximos ele encontrou.
Não havia ninguém.
José Sócrates pegou no carro e saiu para dar uma volta pela cidade para ver se encontrava alguém. Mas a cidade estava deserta. Não havia ninguém nas elegantes avenidas de Lisboa, e ele voltou para o palácio muito preocupado.Daí a pouco,o telefone tocou.
Era o António Costa.- Zé? - disse o António Costa - És tu?
- Sim, sou eu. Mas o que é que se passa? Não está ninguém aqui em Lisboa? O que houve? Assim, não pode. Assim, não dá!
- É claro que não tem ninguém aí. Nem em Lisboa nem no resto do país, meu amigo. Tu não te lembras do teu discurso de ontem a noite na televisão? Tu descontrolaste-te e disseste que quem não estivesse satisfeito com o teu governo que fosse embora, que mudasse de país.
- Eu??? Eu disse isso?! E agora?... então ficamos só nós dois aqui em Portugal?
- Nós dois, porra nenhuma!! Eu estou a telefonar de Paris.

O caso de Alexandra ou o inferior interesse das crianças

O caso da criança que foi devolvida à mãe, e repentinamente exportada do Minho para os arredores de Moscovo, deve ser analisado com cautela. Mas é quase inevitável concluir que a Justiça esteve mais perto de agir mal que bem
Francisco Camacho, Jornal I

Só para recordar que muito brevemente, mais própriamente em 01 de Junho, se comemora o "Dia Mundial da Criança" que será comemorado, como habitualmente, com pompa e circunstância e os discursos da praxe sobre o direito e o superior interesse da criança. É esta a justiça que se faz em Portugal e é assim que se defendem os direitos de uma criança que vai ser separada da família que a criou e educou, "exportada" para um país que não conhece, para uma familia que nunca viu com uma língua que não sabe falar, com uma mãe (?) que a abandonou... Em nome da Alexandra, muito obrigado meritíssimo!!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O meu primo é um mestre de 'kung fu'

Só faltava mesmo o surgimento do jovem herói de Shaolin para transformar o caso Freeport numa ópera bufa que alguém devia levar à cena. Se eu estivesse a assistir a uma telenovela venezuelana onde um dos protagonistas tivesse decidido, numa altura delicada, partir para a China para estudar kung fu, teria encolhido os ombros e suspirado: "Estes argumentistas já não sabem o que mais hão-de inventar." Ao ver o primo de José Sócrates na primeira página do Expresso, empoleirado num pilar como se estivesse a ensaiar para o Karate Kid IV, comecei a rir de incredulidade - e ainda não parei. Aliás, isto é o mais próximo que alguma vez vi da famosa piada dos Monty Python que matava as pessoas à gargalhada.

(...) Mas será que a culpa é minha? Por amor de Deus: depois daquele tio, agora sai-nos um primo vestido de Bruce Lee, a treinar artes marciais no templo de Shaolin e a chamar pelo nome de Wu Guo, "o guerreiro profundo"? Sobre o que é que querem que eu escreva, se nem a família Adams é tão divertida? É a mesma coisa que um paleontólogo tropeçar num osso de dinossauro e virem criticá-lo por começar a escavar.

(...)Lamento muito, mas o caso Freeport transformou-se numa tragicomédia nacional, que põe ao léu uma República grotesca, sem princípios, sem carácter e completamente disfuncional. Sobre o que hei-de eu escrever, se a vergonha já se estende desde aqui até à China?

J. Miguel Tavares in DN

Recordando The Shadows

terça-feira, 19 de maio de 2009

Limites

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetirmos com os filhos, os erros dos nossos progenitores e com a firme intenção de abolirmos os abusos do passado...
Somos pais muito mais dedicados e compreensivos mas, por outro lado... os mais tontos e inseguros que já houve na história.
E isto é tanto mais grave, quanto estamos a lidar com crianças mais “espertas” do que nós, mais ousadas, e mais“poderosas” que nunca!
Parece que, na nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ser, passamos de um extremo ao outro.
Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram aos pais... e a primeira geração de pais que obedecem aos filhos.
Os últimos que tiveram medo dos pais... e os primeiros que temem os filhos.
Os últimos que cresceram sob o domínio dos pais... e os primeiros a viver sob o jugo dos filhos.
E, o que é pior, os últimos que respeitaram os pais... (às vezes sem alternativa) ...e os primeiros a aceitar que os filhos nos faltem ao respeito.
À medida que a permissívidade substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical... para o bem e para o mal.
Com efeito, antes considerava-se um bom pai, aquele cujos filhos se comportavam bem, obedeciam às suas ordens e os tratavam com o devido respeito.
E bons filhos eram as crianças formais que veneravam os pais. Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos se foram desvanecendo... hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que os seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem.
E são os filhos quem agora espera respeito dos pais, pretendendo, como tal, que respeitem as suas ideias, os seus gostos, as suas preferências, assim como a sua forma de agir e viver
E que, para além disso, financiem tudo aquilo de que necessitem.
Quer isto dizer que os papéis se inverteram.
Agora são os pais que têm que agradar aos filhos para os “conquistarem” e não o inverso - como no passado.
Isto justifica o esforço que tantos pais e mães fazem para serem os melhores amigos e “darem tudo”a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem....Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo dos pais... Actualmente, os pais demitem-se da sua função, que é definir regras, impor limites, exercer a autoridade. É mais difícil dizer 'não' do que 'sim' .
Passou-se de uma disciplina rígida para a ausência total de regras... a debilidade do presente preenche-os de medo e insegurança... aos verem-nos tão débeis e perdidos como eles, deixam de nos respeitar.
A parentalidade é vivida hoje de uma maneira como nunca foi em gerações anteriores. Talvez por isso, os pais se sintam angustiados quando sentem que não são tão bons como desejariam !
Os filhos precisam de perceber que durante a infância e adolescência estamos à frente das suas vidas, como líderes capazes de os sujeitarmos quando os não podemos conter... e de os guiarmos enquanto não sabem para onde vão...
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrolo e no tédio no qual se está a afundar uma sociedade que parece andar à deriva, sem parâmetros nem destino.
Se o autoritarismo sufoca, a permissividade corrompe..
Apenas uma atitude firme e respeitadora lhes permitirá confiar na nossa idoneidade para governar as suas vidas enquanto forem menores - porque vamos à frente liderando e orientando...e não atrás, carregando-os, rendidos às suas vontades.
Os limites são fundamentais, na medida em que conferem segurança à criança ou adolescente.
Com amor ilimitado e profundo respeito.

Desconheço o autor ("tirado" da Net) mas uma análise muito bem feita. Não é a geração que é "rasca"... são os paizinhos que à conta de quererem ser os melhores, acabam a ser os piores!!!

Era isso mesmo

ERA ISSO mesmo -
O que tu dizias,
E já nem falo
Do que tu fazias...

Era isso mesmo...
Eras outra já,
Eras má deveras,
A quem chamei má...

Eu não era o mesmo
Para ti, bem sei.
Eu não mudaria,
Não - nem mudarei...

Julgas que outro é outro.
Não: somos iguais.

Fernando Pessoa

Recordando Ennio Morricone

domingo, 17 de maio de 2009

Você não vale nada


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Se Portugal fosse um país a sério...

(...) muita coisa que se faz não se poderia fazer. (...) não permitiria que um alto funcionário, seu representante numa instância internacional, sujeito a um processo disciplinar muito delicado, que o envolve, justa ou injustamente não sabemos, numa interferência abusiva num processo de corrupção que envolve o nome do primeiro-ministro, continue a gozar da confiança política que o cargo exige(...)
(...) reagiria com veemência ao anúncio do primeiro-ministro de ir à Madeira distribuir 200 computadores Magalhães, num acto de pura propaganda política, que transmite todas as mensagens erradas sobre a apropriação partidária e pessoal do Estado por um homem e por um partido(...)
(...) não deixaria sequer um político balbuciar (como fazem no Bloco de Esquerda), face aos acontecimentos no Bairro da Bela Vista, que se trata de uma "questão social"... É inaceitável que tal se diga como explicação, argumento, desculpa, hesitação, em vez de dizer-se claramente que os pobres não fazem carjacking, não se armam com uma caçadeira e não vão assaltar bancos, bombas de gasolina, ourives e ourivesarias, e caixas multibanco, para comprar roupa de marca.
Se Portugal fosse um país a sério, teria mais respeito por si próprio e mais vontade de mudar. Sem isso, continua como está. Ver artigo completo AQUI
Pacheco Pereira in Abrupto

Mistério - Poema

Carapinha enredo
no anzol dos dedos
e o gesto adivinha
segredos e medos

de manso lhe toco
nos seios desnudos
e os lábios sorriem
abertos e mudos

gerou-nos a guerra
feroz fratricida
mas ela suspira
ardente e lasciva

entrega-se inteira
ao prazer e à sorte
uns morrem pla vida
ela envida a morte

Ricardo de Saavedra (escritor moçambicano) in "Azimute de Marcha"

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O CONSOLO DE SÓCRATES

O primeiro-ministro comenta a recessão nacional com um argumento absolutamente extraordinário: "são os resultados menos maus dentro da União Europeia." Isto equivale a dizer que somos os melhores dentro do que não presta.
Que magro consolo.
Publicada por João Gonçalves em "Portugal dos Pequeninos"

Lisboa vista do Rio III









quinta-feira, 14 de maio de 2009

Bloco central

Várias personagens eminentes têm-se manifestado a favor de um governo de bloco central após as eleições. A razão sempre invocada é a necessidade de estabilidade governativa perante a crise. Claro que esta posição assume tal coligação como estável em si mesma, o que está longe de ser provável. Mas o pior seriam os perigos para a democracia se ela funcionasse.
A nossa situação é muito diferente da estrutura partidária anglo-saxónica, com apenas dois grandes partidos. Temos antes uma disposição típica do sul da Europa, como na Espanha, França e Itália, onde além dos partidos centrais existem grupos mais pequenos. Este arranjo, mais flexível e complexo, tem sofrido modificações como nesses países, mas tem-se mantido e, apesar dos defeitos, funciona razoavelmente.
O grande risco que paira sobre a nossa democracia, num país tradicionalmente pacato, conservador e corporativo, é a concertação entre interesses instalados à volta de um grande partido central que se perpetuasse no poder. Essa é a situação no Japão, Índia, México, e em geral na América Latina. Com a nossa tendência clientelar e acomodatícia, uma solução dessas seria tão má quanto tem sido na América do Sul.
Um bloco central estável e eficaz daria o primeiro passo no caminho para uma democracia anémica e obediente, pior do que já se critica na maioria de Sócrates. Teríamos a generalização nacional da solução madeirense. Os seus defensores invocam o sucesso da grande coligação alemã, sem notarem que se estão a referir precisamente à cultura europeia mais oposta à portuguesa.
João César das Neves in Destak

É claro que um Bloco Central, tal como uma maioria absoluta não interessam nem ao povo, nem ao país e muito menos à democracia. Os únicos que ganhariam com isso seriam os barões do "centrão", que poderiam continuar a distribuir "tachos " e benesses pelas respectivas cliques... e comparar Portugal com a Alemanha ou quaisquer outros países com uma tradição democrática de centenas de anos só pode ser anedota!!!

Os homens não são só piegas

Os homens são muito mais piegas a lidar com as doenças que as mulheres. Quando são eles que apanham uma gripe ou constipação, atiram-se rapidamente para a cama, um cachecol em redor do pescoço, absolutamente convencidos de que vão morrer. Com a ameaça da gripe suína a pairar no ar, juntam agora certamente aos cobertores puxados até cima, uma máscara na cara.
Qualquer mulher que tenha ficado doente em simultâneo com um dos homens da casa (irmão, marido ou filho) sabe que é ela que tem sempre um tracinho a menos de febre, ou outro sintoma indicativo de que está menos «atacada», e lhe cabe, portanto, a responsabilidade de se levantar e ir fazer a sopa. Se é só ela a adoecer, levanta-se à mesma, desesperada por lhe perguntarem 15 vezes de seguida onde está a frigideira, as batatas ou a papa Maizena.
Caso se sinta injustiçado com esta descrição, fique a saber que tem toda a razão: a universidade canadiana de McGill já encontrou uma explicação científica para o facto de os homens terem sempre uma versão mais grave das doenças. Concluiu que o sistema imunitário masculino é mais fraco que o feminino, porque elas têm uma hormona chamada estrogénio, que permite bloquear um processo inflamatório, seja ele provocado por bactérias ou vírus.
E porque é que o sistema imunitário das mulheres é mais poderoso? Ha, Ha!, porque o facto de levarem a cabo uma gravidez, amamentarem e terem a responsabilidade de cuidar dos filhos (e dos maridos, digo eu), o foi tornando assim, dizem os especialistas de McGill. Mas pronto, com esta descoberta, dentro em breve os homens poderão usufruir das vantagens de anos de evolução. Porém, os autores do estudo suspeitam que muitos homens se vão recusar a tomar uma hormona exclusivamente feminina.
Machismos à parte, convenhamos que só a doença lhes permite um momento de fraqueza, e lhes dá a coragem de pedir mimo. Leve-lhe lá um chazinho de limão com mel.
Isabel Stilwell editorial@destak.pt

Ahhhhhhhhhh! Eu sabia que tinha que haver uma explicação cientifica...

Florbela Espanca


A lembrança de teus beijos
Ainda na minh'alma existe
Como um perfume perdido,
Nas folhas de um velho livro.


Perfume tão esquisio
E de tal suavidade,
Que mesmo desaparecido
Revive numa saudade

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Foleiros & doutores

Terminaram as chamadas "Queimas das Fitas" e, salvo raras excepções, o balanço foi o do costume: alarvidade+Quim Barreiros+garraiadas+comas alcoólicos. No antigo regime, os estudantes universitários eram pomposamente designados de "futuros dirigentes da Nação". Hoje, os futuros dirigentes da Nação formam-se nas "jotas" a colar cartazes e a aprender as artes florentinas da intriga e da bajulice aos poderes partidários, enquanto à Universidade cabe formar desempregados ou caixas de supermercado. A situação não é, pois, especialmente grave. Um engenheiro ou um doutor bêbedo a guiar uma carrinha de entregas com música pimba aos berros não causará decerto tantos prejuízos como se lhe calhasse conduzir o país. Acontece é que muitos dos que por aí hoje gozam como cafres besuntando os colegas com fezes, emborcando cerveja até cair para o lado, perseguindo bezerros e repetindo entusiasticamente "Quero cheirar teu bacalhau" andam na Universidade e são "jotas". E a esses, vê-los-emos em breve, engravatados, no Parlamento ou numa secretaria de Estado (Deus nos valha, se calhar até já lá estão!).
Manuel António Pina in JN

Mas é que já lá estão mesmo. Se não, não ouviamos um ministro a mandar um candidato europeu comer papas Maizena, nem uma candidata a dizer que o dinheiro do País é do PS e outras alarvidades que se têm ouvido últimamente, por tudo e por nada. Já para não falar dos casos de polícia. Pobre País...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Dolce Vita Tejo

Seria difícil não falar, hoje, da inauguração do Dolce Vita Tejo essa majestática cidade virtual, recentemente instalada não sei onde, que se proclama como a maior da Península Ibérica...
... Não vou, no entanto, escrever sobre as virtudes e inconvenientes deste "grandioso empreendimento" com nomes de ruas soando a paraísos tropicais...
... Informa “o Público” que lá estavam muitos, ontem, às 5 da manhã (as portas abriam ás 10) prontos a reclamar o vale de compras de 100 euros para gastar numa papelaria. De olhos esbugalhados e pescoço de girafa, faziam comentários à beleza que se lhes deparava diante dos olhos.
Habituados a reclamar contra os transportes, o trânsito, ou as obras do Metro, ontem não se insurgiram contra os parques de estacionamento fechados, o estacionamento caótico, ou o pó proveniente das obras ainda por terminar. Alguns meteram um dia de férias, outros terão faltado alegando indisposição momentânea. O importante era encontrar um bom pretexto para não perder a oportunidade de ser dos primeiros a visitar a nova catedral de consumo.
Postado por Carlos Barbosa de Oliveira in "Delito de opinião"

Mas, é claro, só com este povo é que se entende que ainda esteja em funções o governo que temos e que lá foi colocado por eleições. É esta gente que vota... Qual a admiração???

Imagens para meditar

Dinheiro

Todas as pessoas que dizem que dinheiro não é tudo, geralmente têm muito.
Autor desconhecido

... Ou como dizia o outro:«Dinheiro não traz felicidade»... Eis uma verdade que eu gostaria de comprovar por experiência própria.

Platão "dixit"

'A penalização por não participares na política, é acabares por ser governado pelos teus inferiores'.
Platão

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Fernando Pessoa

Lisboa 13/06/1888 - 30/04/1935


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Fernando Pessoa

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Cozido à portuguesa

O caso Maddie
Na noite de segunda-feira, assisti à entrevista que o casal McCann deu a Oprah, retransmitida pela SIC. Dois anos depois do desaparecimento da filha, o casal continua a sua cruzada emocional pelo rapto. Oprah fez-lhes, aliás, um excelente serviço, vertendo até, aqui e ali, uma lágrima amiga. Contudo, não lhes fez algumas perguntas que se justificavam.
Não perguntou a Kate como foi possível ela deixar os seus dois gémeos a dormir num quarto de onde teria sido "raptada" a filha, quarto esse onde estava uma janela aberta, indo chamar os amigos que estavam a mais de cem metros dali!
Não lhes perguntou porque é que eles, perante o "desaparecimento" da filha e tendo uma amiga do casal dito que vira um homem com uma criança ao colo minutos antes, não falaram imediatamente para a polícia, tendo demorado mais de hora e meia para o fazer! Não lhes perguntou também o que pensam da família irlandesa que viu o pai de Maddie com uma criança igual a ela ao colo, à mesma hora que ela teria supostamente sido "raptada"! E, por fim, não lhes perguntou se são amigos do primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, e se ele interveio directamente no caso.
Assim, foi fácil ao casal McCann passar a sua imagem, sofrida mas sempre empenhada no milagre do reaparecimento da filha. Infelizmente, não julgo ser isso possível. Continuo, desde a primeira hora, incluído no grupo daqueles que suspeitam fortemente dos pais, e que criaram a convicção de que eles sabem que a criança morreu no apartamento.
Não gerei esta convicção com leveza. Li tudo sobre o caso, e continuo sem perceber como é que, com tantos indícios a apontarem para a culpa do casal McCann, o Ministério Público decidiu arquivar o caso. É lamentável que não se tenham investigado certos personagens que podem ter ajudado os McCann, como o padre anglicano da Praia da Luz, Haynes Hubbard, e a sua mulher, Susan.
Acredito sinceramente que, sendo Gerry McCann amigo pessoal do primeiro--ministro inglês, Gordon Brown, este usou o seu poder para ajudar o casal e para colocar a PJ em maus lençóis. Sem dúvida que se tratou de um arquivamento político, evitando assim o Governo português uma crise de relacionamento com o Governo inglês. Mais uma vez, reavivando um péssimo hábito histórico, amochámos perante os ingleses. É lamentável que tenha sido assim e que, com tantos indícios contra eles, os McCann em vez de irem dar entrevistas à Oprah não estejam a ser julgados num tribunal português.
Domingos Amaral in Correio da Manhã

Pois, aliás, como já foi dito por um jornalista português que fez uma reportagem nos bastidores da referida entrevista, tudo não passou de mais uma encenação, neste caso, para americano ver. O problema é que o tal "fundo" de que vivem deve estar a acabar e então é altura de injectar mais algum... Pobre criança !!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Vital Moreira e Neocomunismo

Vital Moreira explica hoje no Público as bases programáticas do neocomunismo. O neocomunismo não visa apropriar-se dos meios de produção. O neocomunismo usa a regulação e o sistema fiscal para se apropriar das mais valias do capitalismo. O Estado não deve ser produtor. Deve ser parasita.
Publicado por JoaoMiranda em Blog Blasfémias

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A gripe e os homens ...

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisanas e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
António Lobo Antunes

Carlos Guilherme


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Farra das Passagens


Luís Carlos Prates - Jornalista brasileiro

Ensinem o "cara " a falar português... e está feita a tradução para o país a que se aplica tão bem, digo eu!

domingo, 3 de maio de 2009

Abril revolucionariamente incorrecto…

A fase final do antigo regime foi marcada pela guerra colonial. As três guerras de África em que os oficiais milicianos combatiam na mata enquanto os oficiais do quadro permanente frequentavam as secretarias e os quartéis, onde aqueciam as cadeiras e arrefeciam as costas ao sopro do ar condicionado.
Alguns desses permanentes, insatisfeitos quanto ao programa das suas promoções, revoltaram-se e promoveram o golpe de 25 de Abril.
Depois chegaram os muitos políticos que não quiseram ir sofrer nas guerras das selvas e estiveram a combater o regime sofrendo em Paris, na Argélia e noutros locais inóspitos no estrangeiro..
O novo regime, directa ou indirectamente, desde há 35 anos que tem estado ao serviço destes dois grupos.Basta olhar para os outros “quadros permanentes” - o das oligarquias partidárias e o da Assembleia da República, para ver que assim é.
Depois há quem se admire pelo facto de ninguém se importar muito com o que eles dizem.
De quem será a culpa do desprestígio da maior parte da classe política? De quem será a culpa que levou as pessoas, apenas para castigar e ridicularizar o regime, a eleger Salazar como o maior português de sempre?
Quem pode dar crédito a estes revolucionários de pacote, como o Vasco Lourenço, o Otelo, o dr. Soares ou o poeta Alegre, todos igualmente aburguesados, quando se ouvem a expelir a verborreia de circunstância a partir dos sofás de peles dos seus reluzentes Mercedes?
Cuidado.
Os apertos das crises podem aclarar as mentes e fazer estoirar paciências..
António Torres in Blog "Faccioso"

Estoril-Tamariz


Um dia de Verão, com a ondulação do mar a lembrar
que ainda estamos na primeira metade da Primavera

sábado, 2 de maio de 2009

Pensamento

Quando vires um gigante, verifica antes a posição do Sol, não vá ser a sombra de um anão.
Confúcio

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Zeca Afonso - Nunca tão actual

Lei do financiamento partidário

A lei que aumenta em mais de um milhão de euros a entrada de dinheiro “vivo” nos cofres dos partidos foi hoje aprovada na Assembleia da República por todos os partidos.
Jornal Público

Independentemente do valor dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supõem ser, por direito, os representantes da democracia.
Exercendo de facto a soberania nacional, simultaneamente conspiram e criam entre si
estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.
Prof Doutor António O. Salazar

Tudo boa gente, honesta e «transparente», como gosta de salientar o porta-voz do governo. Está-se a ver. Depois dos pópós novos para a AR agora "isto"...